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Mostrando postagens de setembro, 2021

gente sem noçao

  Hoje fui à bomba comprar tabaco e enquanto esperava, escutei a conversa de duas senhoras, perguntava uma Então a tua filha já foi? Sim. Já lá esta há dois meses! E que tal? Esta muito em bem. O hotel é muito bom. Tem um óptimo ordenado. Dão-lhe alimentação e alojamento e tem dois dias de folga. E o País como é? Muito mau, não tem nada a ver com Portugal. Só tem Internet em algumas horas, os carros são da pré historia e não tem lojas de marca! É um país comunista, não pode ser bom! Eu que não consigo ficar calada, antes de sair toquei no ombro da senhora e não resisti... Tem razão minha senhora, bom bom é o regime Português, onde nos escalfamos para ter dinheiro para pagar a net, passamos o tempo a olhar para os modelitos e os carros que não podemos comprar e, ainda por cima os nossos filhos são obrigados a emigrar, este sim é um óptimo país, virei-lhe as costas e vim embora. Pois bem, quando as mães dos jovens portugueses que tiveram de sair do seu país, continuam a defender este...

31 anos de mae

  Faz hoje 31 anos que fui mãe...não sabia para o que ia, nem como sairia a pessoa que ai vinha e como não há livro de instruções para isto fui fazendo o que consegui, da melhor forma que pode e como deu! Umas vezes correu melhor, outras pior porem o balanço parece-me muito positivo. Não estou aqui para dizer que tenho a melhor filha do mundo, isso acham quase todos os pais, mas tenho a melhor amiga que poderia ter sonhado... Se fosse mulher disso, achava que na ultima encarnação teria feito algo muito bom, para ser presenteada com um ser com tanta luz como este que me calhou...um ser que esta sempre presente, que está sempre do meu lado, que mesmo não concordando sempre comigo se mantém firme no seu apoio, que sempre embarcou nas minhas doidices e que nunca me deu trabalho de maior! Esta minha filha está sempre comigo, sempre presente de cada vez que preciso ou mesmo quando não preciso, sempre preocupada com a minha felicidade, com os meus trabalhos ou falta deles, enfim com a min...

33 anos de mae

  Faz hoje 33 anos que por esta hora acabei de trabalhar. Fechado o restaurante depois de 12h de trabalho , tudo arrumado e limpeza feita, rumei a casa e durante 2h passei a ferro. Por volta das 4h aos meus pés uma poça de agua e um pensamento "raio, o ferro estragou-se". Não tinha sido, depois de analisar melhor afinal tinham-me rebentado as aguas. Peguei nas coisas já arranjadas e meti-me no carro, fui ao Alto de S. Bento ver a cidade, dei uma volta pelo centro histórico e lá entrei no hospital às 6 da manhã, um pouco contrariada mas era preciso sossegar quem achava que já devia lá estar há muito. Sem dores, numa cama de hospital à espera e porque os gritos de outras me impossibilitavam de dormir, li todo o livro de Pepetela "Mayombe" que tinha levado. Ás 11h entrei no bloco e às 11,20 saia de lá com a cria nos braços, sim porque havia muitas mulheres em trabalho de parto, poucas camas e menos enfermeiras, como estava bem perguntei se não podia ir andando para o ...

Os raimundos desta vida

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  úblico ha uns dias que ando a pensar no Raimundo. O Raimundo foi meu colega no liceu, era um puto estranho, que nunca percebia nada, que fazia muita merda mas achava sempre que estava certo, parecia que vivia num mundo só dele. Na maior parte do tempo aquilo dizia-me pouco, o gajo era assim, que fosse nem era meu amigo para quê moer-me. Mas depois havia as aulas praticas de Quimiotecnia. Ali tínhamos que ter muito cuidado com as substancias que juntávamos, com as temperaturas, com a exposição dos químicos ao ar, sendo eu uma "parva " desde muito cedo, como ninguém queria ficar com ele eu ficava e arrastava comigo o Zé Pedro Torres, um amigo que já partiu. Aquelas aulas eram um desassossego e um desafio à integridade fisica. O Raimundo a querer juntar o que se tinha que distanciar, eu a brigar com ele sobre as ligações e a explicar-lhe os riscos das experiencias, ele cheio de certezas das suas opções, lá no mundo dele deveriam dar certo, e o Zé Pedro a rir o tempo inteiro. C...

Zé Caldeira e Zita

  Ontem a minha prima Carmem almeida trouxe a´ nossa memoria um homem com o qual aprendi muito o Zé Caldeira, e como na vida a memoria trouxe-me Zita a sua companheira de sempre, e de um ensinamento que me deu uma historia que ela protagonizou. Ensinou-me a sua historia que nós somos números perante as instituições e que estas não nos servem senão quando estamos bem. Era eu adolescente ficou a 'venda uma casa na Rua de S.ta Maria, a minha mãe era amiga da dona e foi-lhe pedido que mostra-se a casa quando ela não estava em Évora. Entre as varias pessoas que foram ver a casa a Zita foi uma delas. Gostou, interessou-se e começou a negociar a compra. Como não tinha o dinheiro todo foi ao banco para pedir um empréstimo a 'habitação, para conseguir o empréstimo teve de fazer exames médicos e foi ai que descobriu que estava doente. Claro que o banco lhe recusou o empréstimo, os seguros só aceitam gente saudável. a Zita, tentou de varias formas, a minha mãe chegou a ir falar com o g...

carta aos politicos

  Carta a Mário Soares Cavaco Silva António Guterres Durão Barroso José Sócrates e Pedro Passos Coelho No dia em que mais um, António Costa, se prepara para ser primeiro ministro de Portugal, caso vença as próximas legislativas claro, escrevo-lhes esta carta. Como podem verificar não os trato por senhores, já que “Senhor” para mim é alguém de respeito, que cumpre com os seus deveres e mantém a sua palavra, o que no vosso caso não procede! O Portugal do pós 25 de Abril, trouxe aos portugueses a esperança de equiparação com os outros países da Europa, zona do globo em que estamos inseridos. Pensamos que iríamos ser equiparados a humanos de primeira. Com a abertura das fronteiras e as ligações à Europa, deram a mais de 3 gerações a esperança de desenvolvimento, cultural, educativo, social e económico, que nos estiveram vedadas durante vários séculos. Fizemos uma revolução sem tiros. Aceitamos as regras da democracia sem contestar. Cumprimos as leis estabelecidas pelos vários governo...

cidade Turistica? Poderia ser sim, mas....

  Escutei com atenção os debates entre os vários candidatos à Câmara. Li com atenção os seis programas e embora com varias diferenças todos são unânimes Évora tem tudo para ser uma cidade Turística e cultural. Concordo completamente ate digo mais, vamos com 30 anos de atraso, tivesse esta decisão sido tomada quando da classificação pela Unesco e hoje Évora teria outra dinâmica. Mas que seja agora então...nós temos em Ceia da Silva um excelente Presidente da Região de Turismo do Alentejo, temos em Ana Paula Amendoeira uma excelente directora regional se tivermos um Presidente de Câmara que queira fazer de Évora, o papel que sempre lhe coube, de polo de ligação turística na região, temos tudo para dar certo. Mas... há sempre um mas...para isso não chega esperarmos que os visitantes venham é preciso as instituições fazer muito mais... É preciso criar uma grande galeria de arte! É preciso criar núcleos museológicos que mostrem a região e as suas gentes! É preciso abrir as Grutas do Es...

ha bons e maus patrões, sao gente

  Há uns 4 anos em Setembro sou sempre contratada para animar as sextas feiras numa herdade ali para os lados do Vimieiro. O espaço, propriedade de um casal chinês que vive em Hong Kong a maior parte do ano, faz nesse mês encontros com amigos para assistirem e participarem nas vindimas e ao jantar o grupo que levamos anima - os ao som do jazz. Ao longo dos anos verificamos que nesses jantares alem dos convidados e amigos do casal estavam sempre os empregados e as suas famílias e que o casal era sempre muito simpático, prestável e servia quer os seus amigos quer os funcionários. Ate hoje pensei que isso acontecia nos jantares, que era uma amabilidade de noite de festa. Hoje por motivos de sobreposição de trabalhos fui levar o material de som à hora do almoço e deparei-me com algo que me encantou, os donos da casa estavam a almoçar com a família e os empregados da herdade e tal como nos jantares levantavam-se para os ir servir, sem fazer qualquer distinção entre uns e outros. Sempr...

Pan e a utopia

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  Já percebi que o Pan quer que ao fim de 8 h de transporte de animais via marítima este pare e deixe os animais descansar! Só não percebi se se devem deixar ir dar uma volta para distender as pernas, mas tudo bem não preciso saber tudo! Também percebi que o meu cão não pode estar na varanda pois pode estar muito sol ou muita chuva! Só não percebi se quando vou trabalhar o devo levar comigo ou se o coloco na creche, mas isso é só um pormenor! Sei também que querem e bem, mandar prender quem faça mal aos cães e aos gatos! A duvida é se quem maltrata sapos ou pássaros também incorre nas mesmas penas? Compreendi perfeitamente que querem diminuir o negocio agro alimentar em 50%! Fiquei com a dúvida se isso se estende aos caracóis ou não.Sim, isso aflige-me já que se faltar a carne e o peixe eu posso comer só pão com azeitonas, mas se me faltam os caracóis isso de só beber o caldo não me dá muito prazer embora conheça gente que é só do que gosta! Fiquei complementarmente ciente que que...

a limpeza da cidade

  Nos últimos dias tem-se falado muito da falta de limpeza da cidade e das zonas à volta, não estou aqui para defender a Câmara e também eu acho que a limpeza esta descuidada. As ervas são muitas e o mato abunda em zonas onde não deveria existir. Mas como viajei por varias zonas de Portugal durante o verão em trabalho, posso assegurar-vos que Évora não esta diferente do resto do País. Estive em zonas bem piores.Claro que com o mal dos outros podemos nós bem e isso nem é desculpa. O que quero chamar a atenção é que todas estas zonas estão piores porque as Câmaras tiveram nos últimos anos por parte do governo central muito menos dinheiro e mesmo ate bloqueios nas contratações como no caso da de Évora. Chamar a atenção das câmaras parece-me muito bem, eu própria o faço de cada vez que acho algo mal e neste caso também já o fiz, mas de nada adianta se não reclamarmos junto do poder central mais dinheiro para as nossas cidades! De nada adianta se não fizermos com que o governo central d...

Perceber o mundo

  Andei distraída a viver...e eis que dou por mim a saber que existem grupos de tudo...gente que se inscreve e se encontra com outra gente em dia e lugar marcado, para falar sobre 1 coisa especificamente..."quem gosta de carros velozes", "quem tem bebés", "quem gosta de livros" " quem bebe Gin" "Quem Amamenta" e por ai vai.... Quando era adolescente havia o grupo dos alcoólicos anónimos, os grupos católicos, os grupos de seitas e os grupos de bandidos, esses tinham horas marcadas, lugares certos e falavam daquela coisa especifica, o resto da malta reunia-se com os amigos, que traziam outros amigos. Estes grupos de amigos eram formados por gente que tinha algumas coisas em comum ou não, que frequentavam o mesmo café ou que andavam na mesma escola. Conheciam-se, partilhavam coisas, viajavam juntos, choravam e riam uns com os outros e claro falavam de tudo. Trocavam informações sobre o mundo, a vida, a deles e a dos outros, falavam das s...

Fim da carreira politica

  Hoje participei pela ultima vez na assembleia municipal. Durante 4 anos ali estive a tentar representar os munícipes o melhor que consegui e soube. Desde os 16 anos, altura em que fui convidada pela primeira vez para fazer parte da politica formal fui sempre dizendo às forças politicas que me convidavam que eu nao era para isso, que era mulher da sociedade civil. Ha 4 anos aceitei o convite da CDU para ir como independente, aceitei por 3 razoes... 1ª Porque o caminho que Évora estava a traçar era mau 2º Porque há época muita gente dizia que só ia para a politica quem se queria amanhar 3ª porque acreditei no projecto de cidade que me foi apresentado. Como amo a cidade que me viu nascer achei que poderia contribuir desta forma para a fazer encontrar um outro rumo, um rumo que me desse de novo orgulho nela. Achei que poderia fazer parte da solução. Como também nunca entro em nada para resolver a minha vida, pois desta trato eu, achei que poderia mostrar que as pessoas que se envol...

Évora património da humanidade

  Évora tem ao longo da sua historia contado com a sorte para se manter bela. Recuando só ao inicio do sec 20, na época em que se destruíram os centros históricos da maior parte das cidade de norte a sul porque a pedra estava cara e era muito procurada, um grupo de homens cultos e amantes da cidade criou o Grupo Pro Évora e defendeu-a com unhas e dentes. Alguns dos edifícios pereceram nesta luta mas a grande maioria mantiveram-se intactos. Na década de 40, quando as cidades Portuguesas foram invadidas por edifícios gigantescos, feios e sem beleza estética para industrializar as zonas do interior, os agrários da Região por ganancia e para não agravarem o preço da mão de obra, opuseram-se à industrialização e poucos foram os edifícios construídos para esse fim e todos eles, excepto os celeiros, foram construídos fora das muralhas. Corriam os anos 80 e Portugal de lés a lés foi criando verdadeiros pardieiros em altura mesmo no coração das capitais de distrito, por cá a camara defen...

Poderiamos ser um país de gente liberta e madura

  Somos um povo mesquinho! Esta nossa característica colectiva fez com que tivéssemos Cavaco Silva durante 3 décadas a governar o país que não largou os velhos hábitos herdados do tempo de Salazar! Quando o governo de Passos Coelho atacou os funcionários públicos a maioria dos do privado bateu palmas de contentes...se eu estou mal tu também, é o lema cá do burgo! Agora esta mesma gente anda por aqui a insultar os trabalhadores da Autoeuropa por estarem em greve...Quem dos atacantes sabe o que é trabalhar numa linha? Poucos, muito poucos, pois se o soubessem jamais achariam uma greve numa fabrica injusta, quer ganhem melhor ou pior. Uma linha é um consumidor de carne humana! Leva-nos a saúde física e suga-nos a mental! Sao 8 horas de movimentos repetitivos, milhares de vezes, todos os dias, durante todo o ano. Sao milhares de peças montadas em minutos, poucos muito poucos, para poder cumprir o objectivo traçado por alguém que nunca esteve 1 hora naquele local de trabalho! Basta um d...

restaurante o sobreiro de parabéns

  Esta coisa relembrou-me que o Restaurante O Sobreiro fez hoje 31 anos...O tempo passa tao depressa. Parece que foi ontem... devido ao desemprego dos meus pais, os dois ao mesmo tempo, eles arregaçaram mangas e mudaram de profissão. ao fim de 40 anos de trabalhadores fabril por conta de outros viraram profissionais de hotelaria...uma historia comum a tantas famílias naquela e nesta época. Um patrão que fabrica uma falência para colocar na rua profissionais já com muitos anos de casa, deixando famílias inteiras sem salários, indemnizações e desorientadas! Cada um fez o que pode e achou melhor...no caso dos meus progenitores o que lhes foi possível devido à idade. Olhando há distancia reconheço que foi uma loucura, uma mãe que não estava habituada a cozinhar, um pai que nunca servira ao balcão e uma filha sem experiência alguma...foi a necessidade que nos deu a inconsciência para embarcar naquele projecto! Com poucos restaurantes na cidade de preços económicos, um projecto encabeça...

José Osório o meu convidado mais corajoso

  Diz o fac que fez 10 anos que morreu um dos entrevistados mais corajosos que comigo se cruzou. No tempo em que a SIDA era um tabu, porque tinha vários conhecidos que sofriam da doença e porque havia lugares na cidade onde não os serviam, resolvi fazer uma entrevista sobre o tema, uma tentativa de desmistificar "o mal" como lhe chamavam . Pedi a vários, não quiseram, tiveram medo, não se quiseram expor, um deles disse-me "só ha um fulano que fala contigo, mas não mora cá" Que seja entrevisto-o por telefone. Com o contacto dele tentei varias vezes e só por muita insistência consegui que me atende-se. Expos a coisa tentando não forçar muito e depois ouvi do outro lado um "Nao!" fiquei em silencio uns segundos e quando já ia despedir-me do outro lado ouço dizer "se quiser fazer algo sério e que nos possa ajudar, vou ai à entrevista e levo um médico que percebe a doença, e pomos tudo a nu, coisa por telefone e minutos nao nos servem" Ceus, muito m...

Vandré

  Esta noite, vá-se lá saber porquê, sonhei com uma musica brasileira emblemática da luta de um povo em tempo de ditadura. Tem uma história particular esta música. Participou no festival de 1968, uma musica forte, que falava do Brasil dessa época, corajosa em tempos de ditadura no brasil, era de tal forma forte que foi proibido que ganhasse o Festival, foi tao aviltante que o publico se insurgiu contra os jurados, batendo-lhes mesmo. Mas a repressão tinha dado a ordem e ela não podia ganhar, ganhou Sabiá em seu lugar, fazendo com que o publico vaia-se Tom Jobim e Chico ( coitados eles que nada tinham a ver com o assunto, só Vandré esteve em sua defesa), não por não gostarem da sua música, mas por não aceitarem o resultado da votação. Geraldo Vandré perdeu nos bastidores mas ganhou no público, a musica ficaria para sempre como a "vencedora". Mas Vandré perdeu mais que um festival ele perdeu a liberdade, foi torturado, foi preso, e poucas vezes depois disso voltou a cantar em...

Os "João Saramago"

  Hoje ao ver por aqui tanta gente a refilar pelo calor, lembrei-me de algumas historias que o meu pai me contou do tempo em que trabalhava no campo debaixo deste sol escaldante por esses campos fora. Como as memorias sao como as cerejas, lembrei-me das que me contou sobre o meu avô Aníbal, homem que não conheci senão através dele pois morreu muito novo. O meu avô, e os irmãos, tinham que ir para muito longe a maior parte do tempo para conseguir trabalho, nao porque fossem maus trabalhadores, nao, parece ate que eram excelentes. Sabiam fazer todos os tipos de trabalhos, desde os mais simples aos mais complicados, eram muito rijos, aguentavam muito peso e tinham uma resistência e agilidade como poucos, o que fazia com que trabalhassem mais rápido e melhor que a maioria, mas por aqui muitos dos feitores não lhes queriam dar trabalho e os lavradores a maior parte não se metia nas contratações. E não queriam porque a juntar a estas características tinham outras que atrapalhavam os fei...

Conhecer a cidade

  A primeira vez que trabalhei em Beja, ha tantos anos que já nem sei quantos, foi para fazer a locução da feira de São Lourenço e Stª Maria, uma feira tradicional que não existe há muito. Pediu-nos na altura Carreira Marques que fizéssemos aquilo como se fosse uma radio cultural ao vivo, com entrevistas às pessoas, com informações sobre a cidade durante 5 dias. Como todo o eborense naquela época conhecia Beja só na zona da estrada de passagem para o Algarve, fazer uma espécie de programa de radio cultural ao vivo numa terra desconhecida era pedir que me estatelasse ao comprido, e muitos queriam que isso acontecesse, afinal Beja tinha 2 rádios, vários e bons jornalistas, que raio de ideia a de contratar gente desconhecida e logo de Évora. Como gosto pouco de quedas e sinto no ar o cheiro de quem quer o meu "cadáver" resolvemos ir para Beja 1 mês antes e conhecer os monumentos, as praças, os largos, falar com as pessoas sobre a historia da cidade, os heróis que não aparecem n...

Brincas a preservação da memoria

  Hoje foi dia de agradecer a um amigo pela sua dedicação à cultura, às nossas memorias. Mas não há cultura mediática, aquela que faz noticias de jornais que embrulham o peixe do dia seguinte, não, foi dia de agradecer pela dedicação às marcas identitárias, aquelas que nos definem enquanto povo único, hoje foi dia de agradecer ao Rui Arimateia. Conheço-o desde o inicio das radio pirata e já por essa altura ele vivia apaixonado pelas marcas identitárias do Alentejo. Acompanho os seus trabalhos e a sua luta pela preservação da memoria, da oralidade e das nossas raízes desde essa altura. O Rui faz-me sempre lembrar giacometti, que não conheci, mas que pelas histórias que me contaram também andava sempre a recolher depoimentos, a registar histórias, a guardar para memoria futura formas culturais ancestrais. Aprendi com os seus escritos, as suas publicações, os seus espetáculos e as nossas conversas muito sobre a cultura da cidade, das nossas gentes e do Alentejo, mas mais que isso d...

Lia de Itamaracá rainha da Ciranda

  Quando fui pela primeira vez ao Brasil, no tempo ainda do escudo, tinha o sonha, talvez por causas das novelas de visitar o Rio e a Bahia. a viagem contudo ficava mais barata se fosse durante mais dias e se fosse também ao Recife, terra que não me dizia nada e como não havia google para pesquisar não sabia bem ao que ia, mas Olinda estava ali ao lado e tinham estado durante algum tempo aqui o grupo de "vassourinhas de Olinda" uma orquestra de Frevo incrível, que se não me falha a memoria a Camara através do Rui Arimateia ( corrijam-me se estiver errada, que a memoria já não é o que era) tinha convidado e dos quais tínhamos ficado amigas, assim lá optamos por ir também a Recife. Diga-se de passagem que recife foi uma agradável surpresa, muito limpo, arrumado, com monumentos e museus lindíssimos e praias incríveis, não falando em Olinda que é a Joia da Coroa da Região, mas deixemos isso para mais tarde...no dia da chegada, depois da viagem e de vários dias intensos na Bahia,...