Vandré
Esta noite, vá-se lá saber porquê, sonhei com uma musica brasileira emblemática da luta de um povo em tempo de ditadura.
Tem uma história particular esta música. Participou no festival de 1968, uma musica forte, que falava do Brasil dessa época, corajosa em tempos de ditadura no brasil, era de tal forma forte que foi proibido que ganhasse o Festival, foi tao aviltante que o publico se insurgiu contra os jurados, batendo-lhes mesmo. Mas a repressão tinha dado a ordem e ela não podia ganhar, ganhou Sabiá em seu lugar, fazendo com que o publico vaia-se Tom Jobim e Chico ( coitados eles que nada tinham a ver com o assunto, só Vandré esteve em sua defesa), não por não gostarem da sua música, mas por não aceitarem o resultado da votação. Geraldo Vandré perdeu nos bastidores mas ganhou no público, a musica ficaria para sempre como a "vencedora". Mas Vandré perdeu mais que um festival ele perdeu a liberdade, foi torturado, foi preso, e poucas vezes depois disso voltou a cantar em público. Em 2014, 40 anos depois voltou a pisar um palco ao lado de Joan Baez, que havia sido proibida de cantar no Brasil em 1980, mas recusou cantar, ficou ali só ao seu lado, só em 2018, 50 anos depois voltou a cantar Para Nao Dizer que nao falei das Flores, na sua terra natal, Joao Pessoa, acompanhado de uma orquestra sinfónica.
Para Não Dizer Que Não Falei Das Flores, é um dos meus hinos revolucionários, é a Grândola do Brasil e Vandré é o meu Zeca do lado de lá do oceano, hoje sei lá porquê sonhei que a cantava a descer a avenida da Liberdade, se percebesse algo de interpretação de sonhos percebia o significado, como não percebo partilho-a convosco e deixo o registo dessa noite no maracanãzinho.
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