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Mostrando postagens de maio, 2021

O que se dá ou tira volta para nós

  A propósito do post anterior conto-vos 2 historias que se ligam... Há uns meses, porque o meu pai perdeu vários irmãos neste ultimo ano, tentei perceber como se sentia ele em relação a essa coisa da morte...tranquilo disse-me, "a vida ate não correu mal, trabalhei, lutei, não voltei a passar fome, consegui umas coisas, não consegui outras, fiz coisas que gostei, tive amigos, ajudei pessoas,fui ajudado por outros, não roubei, não enganei ninguém, o que tenho foi conseguido com muito trabalho honesto, tenho uma filha, ajudei a criar a neta, conheci o bisneto. Todos me respeitam. Quando me for não deixo nada de grandioso mas sei que se vão lembrar de mim com carinho. Faz parte da vida. Nada tenho a arrepender-me, está tudo certo." Ontem aqui no café do bairro escutei a conversa de uma conhecida da minha mae lamentava a senhora a sua vida, os filhos tiraram-lhe o acesso às coisas depois da morte do marido, só a visitam de meses a meses, os netos ainda vê menos e a bisneta qu...

Em Évora não se podia ter mais do que a 4ª classe nem menos que 300 porcos.” a frase de Vergílio Ferreira

  “Em Évora não se podia ter mais do que a 4ª classe nem menos que 300 porcos.” a frase de Vergílio Ferreira é arrepiante de tao certeira. Mas se consultarmos a história nem sempre assim foi, tempos houve em que nela habitava uma elite que tinha brio no seu desenvolvimento, que a queria entre as principais cidades da corte e referencia europeia depois, bom depois tivemos a Inquisição e com ela a debandada dos pensadores de referência, dos homens da finança, dos que apostavam na modernidade. Ficaram “os reacionários, empanturrada de ignorância e de soberba” como também é referido na Aparição. A inquisição foi extinta, mas as negras marcar sociais ficaram encastradas na cidade até aos nossos dias. Depois da 2ª guerra mundial, Portugal começa a tentar evoluir industrialmente, nesse período Évora começa a ser procurada pelos industriais para aqui instalarem as fabricas. Na época o representante do governo era um homem que apesar de ligado ao salazarismo, era estudado, pensava no desenv...

inundação Armazém 8 - 21 de Maio 2017

  E lá tenho mais uma historia para contar... Já aqui o disse, talvez só as tenha porque tenho esta mania de lutar por soluções, mas também pode ser só por ser irrequieta como tantas vezes diz a minha mãe, não sei...mas lá que tenho tenho! Depois de uma semana de trabalho, dois espectáculos no fim-de-semana e quando o corpo pedia descanso eis que devido à pressão excessiva na agua me sai no domingo uma inundação que me dá pelos tornozelos! Liga-se para os bombeiros...não podem fazer nada as bombas deles precisam que a inundação seja maior, ai pelo meio das pernas, não, é só pelos tornozelos! Liga-se para os serviços municipalizados, estão fechados é domingo, é justo! Liga-se para a protecção Civil e não podem dar resposta! Encontramos a resposta...pegamos em baldes, vassouras, esfregonas e com a ajuda de 6 amigos lá damos conta da agua, 6 horas depois. Isto porque ainda estamos em idade activa e os nossos amigos também. Se fosse uma velhinha de 70 anos queria ver como se resolvia? ...

O Claud

  Já que gostaram da historia de ontem, vou contar-vos outra, mas esta é minha.No inicio da década de 90, vivia numa quinta ali para os lados do Louredo. Tinha a casa onde vivia com a minha filha e varias outras divisões com entrada individual, coisa de construções no campo. Nessa altura vários amigos de amigos, estavam sem casa, ou porque se separavam ou porque brigavam com os pais, enfim ficavam sem ter onde viver e acabaram naqueles quartos ( de borla). Como os meus pais tinham um restaurante eu levava muita comida para casa e como como muito pouco, eles iam todos jantar comigo, aquilo era uma espécie de comunidade, só que sem o líder espiritual (ih,ih,ih). Numa altura apareceu na cidade um americano que andava a deambular pelo mundo, não tinha dinheiro, nem onde dormir e acabou, nem sei como num desses quartos. O Claud viveu lá 6 meses, era um marceneiro fantástico, arranjou quase todos os moveis lá de casa para se entreter. Ao fim de 6 messes, fez as malas e seguiu o seu r...

Os blocos solidários

  Hoje a minha mãe andou a deitar fora papeis antigos, como eu ia lá guardou uns quantos para eu ver, segundo ela " guardei estes porque sei que gostas de saber estas coisas". E o que eram esses papeis? Eram as contas da mercearia que ela pagava no Sr. Cardoso. Naquele tempo pagava-se à semana, já que também se recebia à semana. Ao olhar para os papeis no imediato não percebi, eram 5 blocos cada um com seu nome e tinham apontados produtos e somas. O nome do meu pai percebi logo, era aquilo que eles compravam para eles, não era muita coisa pois a minha bisa mandava todos os meses da terra muitas coisas para a minha mãe, e por isso as contas eram mais pequenas. Havia depois um outro que identifiquei, pois já sabia a historia, era o que tinha o nome da minha tia, a viuvá do meu tio zé. Como ela não trabalhava e tinha 2 filhos pequenos, com a morte do marido 3 dos outros irmãos passaram a pagar as contas da casa, o meu pai era um deles. Os outros 3 blocos tinham nomes de mulhere...

luto que nem leoa

  Hoje estava eu a resolver mais um dos "pepinos" que insistem em fazer parte da minha vida e uma amiga disse-me o seguinte " Tu tens azar, tens sempre coisas difíceis para resolver, parece que as atraias, mas depois lá as resolves!" Fiquei a pensar naquilo... Não, eu não tenho azar! Nem atraio os problemas difíceis! O meu único problema, o que me diferencia dos outros e faz parecer que tenho azar é apenas o facto de eu não aceitar as injustiças ou as decisões com as quais discordo em absoluto! Quando isso acontece luto que nem Leoa, pelo que acredito! Isso é que faz com que pareça que tenho azar! Foi assim quando o estado me quis convencer que a minha filha era pertença do Estado! Ora ela não pertence a não ser a ela própria, tem vontades, pensa, é única! Desde que nasceu! Foi também assim quando as Finanças queriam cobrar-me impostos injustos e com os quais não concordei! Foi assim quando fui despedida por não acatar uma ordem de não passar musica comunista na Rad...

Portugal perdeu o viso

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  O Portugal democrático do 25 de abril esta a agonizar. Nunca como hoje se soube de tanta gente sem emprego, sem perspectiva de vida, sem sonhos, sem rumo. Os números da imigração subiram para os níveis da década de 60 se é que não os ultrapassaram já. As famílias desestruturam-se, aglomeram-se em casas que já foram de classe media e que voltam a parecer-se com cortiços, onde se empurram avós, filhos,netos, genros, cunhados e cunhadas, tudo ao molho e fé em deus. Os desempregados fazem pescates pagos a preços de escravos na tentativa de completar o muito que ainda falta para viver condignamente. Nas filas do supermercado as compras voltam a caber no regaço e contam-se as moedas para o pão e para o Leite. O Portugal democrático esta agonizante. Mas no IRS, no IUC (para quem ainda não vendeu o carro) e no IMI (para quem tenta resistir a entregar a casa) eles , o gangue de malfeitores que nos governa, fazem cada vez mais dinheiro. Portugal desmorona-se, perde o orgulho adquirido pela...

Ora a coisa vai começar a mudar!!!!

  Ora a coisa vai começar a mudar!!!! Já não é só em Portugal, Grécia ou Irlanda que as receitas de austeridade impostas pelas troikas de credores internacionais estão a ser criticadas: na Alemanha, as equipas da Comissão Europeia (em especial Durão Barroso), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) começam a ser acusadas com cada vez mais insistência de impor receitas erradas aos países sob programa de “ajuda externa”. Ainda bem. Sou forçado a concordar com as críticas, embora sublinhando as enormes responsabilidades da Alemanha em todo o processo de implosão europeia. São indeléveis as marcas deixadas pela senhora austeridade, Angela Merkel, que a defendeu com unhas, dentes e, não há como esquecê-lo, uma dose inusitada daquela insolência xenófoba que Hitler utilizou com êxito para convencer os alemães a apoiarem as suas loucuras. Ora, a loucura de Merkel começa a pesar. A economia alemã ressente-se da austeridade imposta a países que importam produtos ale...

Abuso

  Afronta-me a CMTV ter passado o video da miúda abusada num autocarro do Porto? Afronta e muito! Mas nesta circunstancia há muitas outras coisas que me afrontam! A não interferência de ninguém presente no autocarro! O facto do motorista não ter dado por isso, ou se deu também não interferiu! Os jovens, de ambos os sexos, envolvidos na gravação! As amigas que não se opuseram! E a alegria colectiva à volta do abuso! A forma como ela se resigna depois! E a não existência ainda de queixa na policia! Tudo isto me afronta, tudo isto me repugna, tudo isto me faz pensar! E tudo isto me dá medo! Não, não me venham dizer que os jovens não tem culpa por serem jovens! Não, não me venham dizer que os pais não tem culpa, porque nao sabiam! Não, não me venham dizer que a sociedade não é responsável! Os jovens são jovens, mas sabem o que estão a fazer! Os pais destes jovens não lhes deram valores claros e correctos de como tratar e respeitar os outros! A sociedade desresponsabilizou-os e não lhe...

Guerra na Palestina

  Não irão ver-me nunca contra um povo religioso ou não, seja ele qual for, apesar de muitas vezes estes serem coniventes com atitudes que acho horríveis...mas as populações são joguetes, são manipuladas, por isso a sua culpa é sempre menor do que a culpa dos mandantes... Isto a propósito de Israel, não estou contra os judeus, ate porque a sua historia enquanto povo é dolorosa, estou contra os judeus sionistas que vivem em Israel. Contra estes estou sim...nunca cumpriram nenhum tratado, nunca aceitaram as limitações das suas fronteiras, nunca respeitaram o povo palestiniano e de uns anos a esta parte estão mesmo decididos a acabar com eles e a ocupar o que resta do seu território. Os judeus sionistas são fundamentalistas, são bárbaros, são desumanos, tal como foram os nazis, os muçulmanos e os cristão de quem fugiram durante séculos. Eles transformaram-se em carrascos tal como aqueles que os perseguiram ao longo da historia, por isso a sua culpa é agravada, deveriam ter aprendido c...

Lena Canhao 2014

  Se me perguntassem qual o pecado mortal de que padeço, garantidamente responderia dormir de manha! Não me lembro de mim sem gostar de passar a manha na cama! Gosto sempre gostei, se eu puder, não faz mal a ninguém e eu fico feliz. Mas tempos houve em que foi um problema grave na minha vida. Entre o 5 e o 9 ano, se não tivesse alguém em casa para me acordar as primeiras aulas da manha tinham que passa sem a minha presença. Logo que acordava, corria para a escola mas de manha... era impossível la ir! Ora era complicado, faltava ás aulas, não escutava os professores e tinha que estudar na véspera dos testes. Era o que fazia. Estudava tudo no dia anterior ao teste e no dia, la estava mesmo que fosse de manha! O pior é que tirava sempre excelentes notas, ai entre os 90 e os 100%. E digo pior porque tinha como colega de turma a Lena. A Lena queria ser medica. Ia a todas as aulas, ficava na cadeira da frente sempre muito atenta, fazia perguntas pertinentes e na véspera dos testes passa...

à descoberta de novos valores

  Quando fazia programas na radio, muito antes da internet e do Youtube, havia um dia no mês em que passava horas nas lojas de disco a escutar novos lançamentos, novos cantores, novos grupos. Depois, tendo em conta o tipo de programa e publico para o qual trabalhava, comprava os discos de gente desconhecida para divulgar e assim promover novas coisas. Já nessa altura as editoras tentavam que passássemos sempre o mesmo, enchiam-nos de discos que eram sucessos de vendas. Sempre resisti e gastava muito dinheiro em discos. Muitos dos meus colegas optavam por só passar os que lhes davam, eu não! Certo é que os nossos programas tinham sempre muito mais gente a escutar, não só porque as musicas eram novas mas também porque os convidados eram gente que tinha coisas para dizer, para ensinar! Depois fui para a área da programação e mais uma vez não me rendi aos conhecidos, aos amigos, aos que estavam na moda. Vou ver grupos novos, vou escutar, agora na net o que facilita o trabalho, gente qu...

O colégio

  A memoria é uma coisa fantástica. Hoje depois de muitas décadas entrei no colégio onde andei até aos 8 anos. Não sofreu muitas alterações, apenas pequenas obras de adaptações para responder às novas legislações. A capela desapareceu, o tanque e as árvores também, o dormitório imenso foi transformado em varias salas e há muitas mais casas de banho do que na minha época, mas no mais está igual. Foi por isso normal que há memoria viessem vivências daqueles anos. Subir as escadas de madeira que tantas vezes encerrei ou entrar no grande salão onde era obrigada a aprender a bordar e a cozer, apesar de ter saído de lá apenas com 8 anos, trouxe -me de volta sensações de fraqueza de que já não me recordava. Mas o mais estranho foi entrar no grande refeitório e sentir a memoria desagradável do sabor do feijão com massa que era a base das nossas refeições ou do sabor insuportável do leite quente cheio de peles que me faziam agoniar. Foram memorias gustativas tão fortes que me senti enjoad...

A prima Brigite

  Lendo uma história sobre beleza e violência, lembrei-me da prima Brigite. Brigite era prima em 2º grau do meu pai, morreu ainda ele nem imaginava que eu viria ao mundo, só conheci a sua história. Tal como muitos os pais de Brigite trabalhavam no campo numa herdade perto daqui, foi lá que ela nasceu, uma menina entre 7 irmão. Por lá cresceu e também lá começou a trabalhar era miúda. À medida que ia crescendo começaram os problemas de toda a família e ate de parentes que ali prestavam serviços sazonais, Brigite era linda, diferente das moças do campo, esbelta, com uns olhos negros e uma pestanas enormes. Um rosto fino e claro e um cabelo ondulado que caia sobre os ombros. Escusado será dizer que naquele tempo ela se tornou uma tentação e uma possível presa para muitos homens da zona. Os pais, em aflição criaram com os irmãos e demais parentes uma proteçao apertada a Brigite, para onde ela ia, ia sempre algum dos homens da família e mesmo assim às vezes viam-se aflitos para a prot...

Pagamentos electronicos

  Tivesse eu a capacidade de acertar nos números do euro milhões como para perceber a léguas os esquemas dos homens do poder e estava milionária... Há uns anos quando os bancos e grandes empresas começaram a incentivar-nos a fazer os pagamentos e as transacções por multibanco e por internet, eu previ que este era um esquema para nos colocar a fazer o trabalho deles de borla e depois mandar para o desemprego aqueles que deveriam fazer esses serviços. Toda a gente me disse que não. Lembro-me de ter conversas com a minha gestora de conta e de lhe explicar porque não queria aprender e de ela me tentar convencer que não era nada disto, que era só para me poupar tempo e de lhe dar tempo a ela para fazer outras coisas. Nunca me dei por vencida e ela um dia desistiu de me colocar a fazer o seu trabalho...quando passaram a cobrar comissões pelas transacções feitas ao balcão e estas serem gratuitas nas formas alternativas, avisei-a de que eles iriam ganhar a batalha e que muita gente iria pa...

A minha mae

  Hoje é dia da mãe. É por tanto também o dia da minha! É a melhor do mundo? Não sei, é a minha e para mim é a melhor! Mas o que mais admiro nela não é o seu papel de mãe e sim de mulher! A minha mãe é uma grande mulher! Uma mulher que muito admiro. Filha de um lavrador bruto e conservador, decidiu ir trabalhar com 17 anos contra tudo e contra todos! Quis fazer uma carreira e fez. Entrou como operaria numa fabrica e saiu de lá como encarregada geral. Chefiou com mão de ferro 2500 pessoas. Foi sempre uma mulher de causas, de lutas. Lutou por vestir calças, quando não lhe era permitido. Por ir ao café e ao cinema sozinha, quando ficava mal. Bebia whisky nas reuniões de trabalho, mais para afrontar os colegas homens do que por necessidade de beber. Lutou pelas 8 horas de trabalho, pela licença de parto, pelas ferias e por melhores condições de trabalho. Ajudou muita gente a conseguir a reforma, emprego e a lutar por direitos consagrados na lei, mas que não eram assumidos como tal. E...

a minha mae fora dos padrões

  Hoje é o Dia da Mãe. É por isso o meu dia e o dia da minha mãe. Mas não me tivesse a minha filha telefonado, não me lembraria. Eu e a minha mãe nunca tivemos esse hábito, a neta é que o instituí-o. Lá por casa, todos os dias são dias de beijos, telefonemas. Prendas damos quando podemos e queremos. Jantares em família fazemos quando nos apetece e quando temos tempo. Não há dias instituídos, nem os dos anos. Foi sempre assim...mas isso não faz com que gostemos mais ou menos uns dos outros, só não nos habituamos aos rituais. Talvez porque os meus pais não tenham sido uns pais padrão. Mas hoje é dia da Mãe e é na minha mãe que estou a pensar. A minha mãe, não foi uma mãe convencional. Não me lembro de uma historia à hora de deitar ou de me aconchegar os cobertores, ou mesmo de me ajudar a vestir. A minha mãe, aquela que aprendi a admirar, é a mulher! A mulher que me lembro a discutir com imensos homens na fabrica e a levar a dela avante. A mulher que resolvia todos os problemas da fa...

Maria Barrenha

  Entramos em maio, foi neste mês no final do século 19 que aquela que viria a ser a minha Bisa Maria Barrenha deixou Barrancos a pé em direcção a Évora...era esse o seu destino quando se fez ao caminho sozinha com um talego às costa. Em Cuba onde esteve uns meses a trabalhar namorou um companheiro de jorna e gravida do 1º filho decidiu seguir o caminho traçado, vir para Évora. Ao jovem disse apenas, "vens se quiseres, se nao quiseres vou sozinha!" E vieram os dois. Foi na zona da Graça que se instalaram e tiveram filhos, nunca se casaram porque ela nao concordava com a instituição do casamento, mas dizem que foram muito felizes. Ele morreu relativamente novo, já a Maria Barrenha durou imenso tempo. Mulher de garra, que fazia trabalho de homem, vestia calças, fumava rapé e entrava na taberna para beber o copo de branco, coisa nunca vista por estas bandas. Ja bem velhinha ainda o fazia e quando o meu avó lhe dizia que isso nao era coisa que as mulheres fizessem dava-lhe com o ...

Ferias com os pequenos

  Enquanto a minha filha e as minhas sobrinhas (de coração) foram pequenas sempre organizamos as ferias de forma a leva-las e a proporcionar-lhes alegria e conhecimento. Eram escolhidas zonas do país ou da vizinha Espanha que tivessem algo interessante para as miúdas. Um parque temático, uma exposição, uma praia com atracções para miúdos, uma serra com algo que as motiva-se, sei lá qualquer coisa que deixasse as miúdas felizes. Ate elas terem idade para organizarem as suas ferias e irem com os seus amigos, esta foi a forma que sempre viajamos. Depois disso comecei a escolher aquilo que mais me agradava a mim. Durante anos não pensei no resultado de tais decisões. Mas de há uns anos a esta parte, o resultado começou a ser-me colocado à frente. Elas começaram a organizar as suas ferias tendo em conta a felicidade dos seus filhos e dos seus sobrinhos. Começaram a andar com eles a tira- colo e a ter sempre como objectivo fazes-los felizes nos tempos de lazer. Foi impossível não ver qu...

As minhas maes

  Hoje foi dia da Mãe. Eu tive o privilegio de ter duas. Muito diferentes e com papeis muito bem definidos. Tenho a minha Mãe, a Mãe da rua e tive a Mé, a minha Mãe da casa. a Mé era amiga e vizinha da minha Mãe, ribatejana do Couço, domestica, carinhosa, atenta, boa ouvinte. Era ela que me aparava o jogo de não querer ir para o colégio. Era ela que me tirava as espinhas do peixe, os ossos da carne, me cortava a fruta e me simplificava a tarefa de comer, coisa que sempre me foi dificil fazer. A Antónia, sacaia da Aldeia da Venda, mulher de carreira, pouco dada a emoções, sem tempo para questões menores, pouco dada a escutar, era a que me obrigava a tentar superar as dificuldades e a lutar contra as limitações.A minha Mãe da casa, era quem me contava as historias, me estimulava a imaginação e me incitava a sonhar. A minha Mãe da rua, foi quem me fez ter coragem para superar os obstáculos, a enfrentar o mundo e a lutar pelo que queria. ambas foram as obreiras de quem eu sou, ambas ...