O Claud
Já que gostaram da historia de ontem, vou contar-vos outra, mas esta é minha.No inicio da década de 90, vivia numa quinta ali para os lados do Louredo. Tinha a casa onde vivia com a minha filha e varias outras divisões com entrada individual, coisa de construções no campo. Nessa altura vários amigos de amigos, estavam sem casa, ou porque se separavam ou porque brigavam com os pais, enfim ficavam sem ter onde viver e acabaram naqueles quartos ( de borla). Como os meus pais tinham um restaurante eu levava muita comida para casa e como como muito pouco, eles iam todos jantar comigo, aquilo era uma espécie de comunidade, só que sem o líder espiritual (ih,ih,ih). Numa altura apareceu na cidade um americano que andava a deambular pelo mundo, não tinha dinheiro, nem onde dormir e acabou, nem sei como num desses quartos. O Claud viveu lá 6 meses, era um marceneiro fantástico, arranjou quase todos os moveis lá de casa para se entreter. Ao fim de 6 messes, fez as malas e seguiu o seu rumo. Durante anos não soube dele. Um dia, já eu morava noutro lado, chegou-me uma carta do Claud que entretanto já tinha voltado à sua terra. Nela, alem da conversa de amizade e de agradecer a forma e acolhimento que lhe tinha dado, mandava-me um vale de correio com 500 dólares ( muito dinheiro na epoca), dizia ele que era para eu gastar em férias. Assim fiz, peguei nos 500 dólares e nos amigos que estavam comigo e fomos todos de férias com o dinheiro do Claud, tiramos fotos, revelamos e enviamos para ele confirmar a felicidade que nos tinha proporcionado. Ainda nos escrevemos alguns anos, depois ele morreu, mas ficará sempre nas minhas memorias como a única pessoa, alem dos meus pais, que me pagou as férias
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