O que se dá ou tira volta para nós

 A propósito do post anterior conto-vos 2 historias que se ligam...

Há uns meses, porque o meu pai perdeu vários irmãos neste ultimo ano, tentei perceber como se sentia ele em relação a essa coisa da morte...tranquilo disse-me, "a vida ate não correu mal, trabalhei, lutei, não voltei a passar fome, consegui umas coisas, não consegui outras, fiz coisas que gostei, tive amigos, ajudei pessoas,fui ajudado por outros, não roubei, não enganei ninguém, o que tenho foi conseguido com muito trabalho honesto, tenho uma filha, ajudei a criar a neta, conheci o bisneto. Todos me respeitam. Quando me for não deixo nada de grandioso mas sei que se vão lembrar de mim com carinho. Faz parte da vida. Nada tenho a arrepender-me, está tudo certo." Ontem aqui no café do bairro escutei a conversa de uma conhecida da minha mae lamentava a senhora a sua vida, os filhos tiraram-lhe o acesso às coisas depois da morte do marido, só a visitam de meses a meses, os netos ainda vê menos e a bisneta que faz 1 ano nem a conhece, e rematando lá disse " e roubei eu tanto nas contas e no peso das pessoas para os encher de dinheiro, nunca o devia ter feito, só pensam nisso são uns gananciosos, eu a morrer e eles nem me chegam ao pé, não tenho ninguém!"
Pois é, ao contrario do meu pai esta senhora vai morrer arrependida, ao contrario dele vai deixar dinheiro mas não afecto.
Estas duas historias que se assemelham na idade e se diferenciam no conteúdo,vem mostrar-me aquilo que defendo, os filhos aprendem com os nossos actos e não com as palavras! Que cada um no final só recolhe o que plantou!
Sendo dinheiro e como este não se leva, não resta nada!
Sendo afecto, não só se leva como se deixa!
Resumindo, nem que seja na recta final os honestos vingam, os desonestos não!


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