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Mostrando postagens de novembro, 2021

3º Aniversario do Armazem 8

  Faz hoje 3 anos que foi inaugurado o Armazém 8, um sonho de anos concretizado por teimosia e muito amor há cultura e há cidade. Como disse na altura esta era a casa de todos e para todos e sabem que mais, é verdade! Por aqui já passou muita gente com projectos criativos diversificados o que nos permite ter um publico sempre diferente. O meu medo, não confidenciado na altura, é que se transformasse como quase tudo em Évora num espaço só frequentado por alguns, mas não, ele recebe gente diferente todos os dias. Claro que o facto de termos aberto as portas a todo o tipo de actividades ajudou neste processo. Aqui é o espaço dos espectáculos de musica, de teatro, de dança, de pintura, mas também é o espaço de meditação, de biodança, de reiki, de fits, de palestras e de exposições, é um espaço de todos e para todos. E isso deixa-me feliz. Sei bem que muitos não gostam desta forma de estar, que queriam um espaço mais direccionado, mais fechado, mas para isso acontecer eu teria de ficar...

1º de Dezembro

  É hora de sair do Café Portugal à pressa, o tempo passa rápido e há que tomar banho e preparar as coisas para o 1º de Dezembro, a noite será longa. O bolo de anos da Mariazinha já esta, alguém marcou o jantar num qualquer restaurante onde aja lugar para 30 . Há que despachar, quem chegar tarde passa por baixo da mesa ninguém espera, não há tempo, os adolescentes e a sua gula...do outro lado da cidade o Manel Piçarra já preparou a casinha por detrás da Sosucata é lá que vamos passar a noite e dali subiremos ao Alto de S. Bento para ver o Sol nascer. O frio estará de lascar, mas a subida vai aquecer os corpos que a bebida não aqueceu durante a noite. Mas antes do inicio da festa a peregrinação costumeira...passar no Baile do Liceu. A resposta será a de sempre " não podem entrar sem ser com traje de gala" pois não há saia e casaco, muito menos salto alto e gravata, somos os contestatários, ainda discutimos um pouco só por prazer, não queríamos mesmo entrar, faz parte do ch...

o desporto e a cidade

  Ja se falou aqui da ocupação da Praça do Geraldo pelos camiões TIR da EDP, das barracas de Campanha mal amanhadas da Cruz Vermelha e ate dos quiosques de cerveja que se espalharam na praça num evento desportivo ( esta doí). Ja aqui deixei claro que nao concordo nada com este abuso e assalto à praça desta forma e que em nada contribui para a prova! Mas que fique claro que concordo com o evento em si...uma corrida pelo Centro Histórico, como acontece noutras localidades, ser ou nao da EDP pouco me importa! Mas nao é sobre isto que quero que pensem...é sobre esta coisa do desporto. Nao há nada que se faça nesta área que nao junte milhares. O que é bom! Mas conversando com o meu pai e os meus tios que tem quase 90 anos, alguns já a caminho dos 100 e sendo eles eborenses, todos me dizem que apesar de Évora sempre ter tido desporto de toda a natureza, sempre foi conhecida como cidade de Cultura e nao de desporto. Ora isto dá que pensar, hoje a Évora que queremos afirmar de cultura tem ...

As praças de Jorna

  No tempo da miséria o meu avô esteve nas Praças de Jornas, segundo o meu pai era a coisa mais humilhante que poderia acontecer a um homem. Ir para ali de madrugada, com frio, chuva ou ao calor, ficar exposto horas a fio à espera de ser escolhido para trabalhar nesse dia. Os donos das terras ou os feitores chegavam horas depois. Com o seu ar emproado, olhavam como quem olha gado, andavam à volta, faziam uma ou outra pergunta, uma ou outra consideração e por vezes uma ou outra humilhação. E os homens ali estavam de chapéu na mão, olhos no chão,a maior parte sem poder responder. Diz o meu pai que havia quem não se contivesse e de vez enquanto lá levavam uma chibatada. Depois escolhiam os que queriam e os que sobravam, tinham passado horas a ser humilhados para voltar para casa de mãos vazias e sem ter como alimentar os filhos. No final da década de 30, num inverno que não deu trégua, aqui na zona muitos foram os que passaram meses sem ser escolhidos, homens a mais, trabalho a menos ...

Os Jardim da Palmeira

  A ´ conta de uma conversa que anda por aqui, vou contar-vos uma historia polémica, daquelas em que Évora é eximia . Não consigo já dizer se foi no fim da década de 80 ou inicio da de 90, o certo é que a Quinta da Palmeira ficou a´ venda. a Quinta sempre foi uma referencia na historia da cidade intra- muros, primeiro por pertencer a ´Ordem dos Cartuxos e depois porque quem a comprou fez dela uma das mais importantes no abastecimento de frescos da região e consequentemente num grande empregador. O certo é que com a morte do patriarca ela ficou a ´venda . Apareceram dois interessados, um famoso construtor civil da cidade que queria transforma -la numa zona habitacional para a classe média alta que se estava a mudar para trabalhar nos organismos públicos e na universidade. E um grupo hoteleiro do norte que queria construir um hotel. Esta não era uma cidade turística ainda , o turismo não estava na moda e por esse motivo haviam poucas c...

O Medo

  Detesto o medo. É um sentimento que nos oprime, nos condiciona e que os poderosos sempre usaram para nos controlar. Por isso cada vez que tenho um medo, luto contra ele. Exceto o dos gatos tem resultado. Mas ontem, quando dei por mim já´ tinha feito uma coisa levada pelo medo. Fui pela alcárcova de cima para tirar a mascara e fumar um cigarro, em sentido contrario vinha um casal conhecido e quando dei por mim, tinha baixo a cara ao passar por eles e só os cumprimentei já estávamos costas com costas. Fiz sem pensar e só me apercebi depois, mas fiquei profundamente irritada. O meu medo de lhes provocar algo, fez-me tomar uma atitude horrível e condicionou-me a forma de lhes falar. Foi muito mau e extremamente deselegante, provavelmente eles nem deram por isso, mas a mim incomodou-me. Odio este vírus especialmente porque não o vejo e não posso lutar contra ele!

O Miguel e a Internacional

  As coisas são como são...hoje pela primeira vez fiquei com o meu neto durante algumas horas...o puto é um doce mas, quando começa a ter sono da-lhe a neura e aumenta os decibéis, tal como a mãe deve achar um desperdiço de tempo essa coisa de dormir, ora para o calar lá fui cantado as musicas infantis da praxe e nada...aquilo já durava ai à uns 5 minutos e eu fiquei sem repertório...cantei então a Internacional...eis que o puto se calou...canto outra musica e choro, volta à Internacional e cala-se...faço a experiência varias vezes e o resultado não se altera! Adormece! Final de dia, com a sua boa disposiçao habitual, estou contado a historia à mãe, canto de novo e ele desata a rir e de punho fechado só pára quando termino...fazemos de novo a experiência e o resultado não se altera! Estamos lixados...passou 3 meses de braço estendido e punho fechado e agora ri e adormece ao som da Internacional...mais um de esquerda ou anarquista na família! Mas quando é que nos calha o milionári...

O tempo passa

  Só nos resta reflectir...é isto que queremos? Importa assim tanto o trabalho? O dinheiro? E no fim o que nos resta? Sei exactamente do que fala, embora seja do tempo em que as mães estavam em casa, nao era o caso da minha. Na infância passava 12 horas por dia no colégio. Depois o 25 de Abril libertou-me e passei a estar 5 horas na escola e as restantes 7, 8 ou 9h sozinha isto,ou quando não me apetecia ia para a Fabrica onde os meus pais trabalhavam. Na ansiá de fazer carreira, ganhar dinheiro, ter uma boa vida e dar-me tudo do bom e do melhor, os meus pais sempre trabalharam 14,15 e ate 16 h por dia, especialmente a minha mãe, dai o ter sido o meu pai que me levou ao teatro, ao futebol, ao cinema. Viamo-nos ao domingo quando era possível, nunca os dois já que o meu pai era arbitro e o domingo é dia de jogo, foi sempre assim..nada de ruim me aconteceu, tive sorte, tive muitos amigos, muita liberdade, fui feliz...já a minha mãe não teve tempo para ser mãe, hoje com quase 80 anos, d...

o anti semitismo parvo.

  Tenho cá para mim que quem é anti qualquer coisa ou tem grandes ódios tem problemas pessoais graves, ou apenas queria ser ou ter, aquilo ou aquela pessoa! Não acredito nestes dois sentimentos destrutivos só porque sim tem de ter algo por detrás. Isto a propósito da crónica de Clara Ferreira Alves deste fim-de-semana sobre o seu anti-comunismo. Reconheço que já há muitos anos a senhora me tem vindo a decepcionar, achei numa determinada altura que fosse uma mulher mais equilibrada, mais isenta, mais inteligente. Esta minha mudança sobre a criatura não trouxe mal ao mundo, pelo que continuei a ler o que escreve e a escutar as suas intervenções. Esta semana não foi diferente, li a crónica onde ela fala do seu anti-comunismo e percebi que as suas experiências traumáticas da época do PREC a levaram a escrever uma data de ideias pre feitas sobre os comunistas e principalmente sobre Álvaro Cunhal, homem, que ficamos a saber, pelo qual não tinha muito apreço. Nada de mais a crónica! Pior,...

cérebro é uma coisa estranha

  Nao tenho estudos para saber se é assim ou não, porem conto-vos uma historia da minha avó Josefa que esteve mais de 20 anos doida ( era o que se chamava na altura) não reconhecia ninguém, não falava, não comia sozinha, não fazia a sua higiene, nem se deitava ou levantava sozinha. Porem num dia do ano, que não consigo precisar, ela acordava, levantava-se e pedia a´ minha mãe a caixa verde. Mesmo que os meus pais não se lembrassem, sabiam logo que era o dia em que a única filha que teve tinha morrido. Nessa caixa estavam as chaves dos caixões do marido e da sua menina , como lhe chamava. Passava o dia todo a falar dela e do marido, sempre com a caixa por perto. Nesse dia funcionava. No dia seguinte voltava tudo ao mesmo. explicações? Nunca tivemos, mas era assim sempre! O cérebro é uma coisa estranha ainda por descobrir.

Lídia Cascalho a libertária

  Soube pelo António Couvinha que morreu a Lídia Cascalho. Hoje Évora fica muito mais pobre, não porque a Lídia fosse rica ou tivesse sido presidente do que quer que seja, mas porque ela foi uma das primeiras Mulheres Livres que Évora viu. Foi uma das primeiras contestatárias, uma das primeiras a traçar o seu caminho sem pedir licença e nem desculpas! Conheci a Lídia muito miúda, o Pai o Cascalho era o cabeleireiro da minha mãe, muitas vezes enquanto esperava pelo arranjo dos cabelos, subi ao 1º andar e ficava na sala com a Lídia, naquela época uma adolescente e eu uma menina. Lia-me trechos de livros que eu não entendia, ria quando eu fazia uma pergunta idiota de miúda perguntadeira, e deixava-me fascinada com as pinturas que me mostrava, não sei se dela se de outos, mas eram muito diferentes dos quadros de frutas e mulheres elegantes que estava habituada a ver. Fascinava-me com as suas roubas exuberantes, com o seu cigarro sempre na mão, Depois voltei a encontrar a Lídia na ado...

Povo ignorante

  Ficou decretado que ate ao 9º ano ninguém chumba, passa tudo minha gente! Há quem defenda a teoria de que é uma medida economicista e se assim fosse já era mau! Mas sabem o que acho? Que é ainda pior que isso... Acho, (pelo menos as estratégias do Ministério da Educação desde há uns anos a esta parte é o que me tem mostrado) de que não tem a ver com a economia mas sim com o poder... Explico.... Já existem 2 sistemas de ensino, o publico onde o abandono escolar aumenta de ano para ano e onde os conhecimentos estão a ser todos os anos amputados por falta de professores, condições, cargas burocráticas enormes, etc, etc, etc. E o privado onde os estudantes são preparados com todas as condições, adquirindo toda a espécie de conhecimentos e condições. Estes 2 sistemas estão cada vez mais a criar 2 tipos de profissionais para o futuro... Os que mandam e detém o poder! E os que fazem e obedecem! Isto já não é novo...tem sido feito de forma gradual, pensada e tem como objectivo dar a un...

Candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027

  Foi apresentada em Paris a candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura. Ficamos todos contentes...eu pelo menos gosto da ideia de que daqui a 10 anos Évora possa ser o centro da cultura da Europa. Fiquei também contente por ver ao redor desta candidatura as instituições da região, coisa rara por cá e que segundo parece a cultura conseguiu agregar. E se aceito as explicações do vereador para ter apresentado esta candidatura em Paris ao em vez de Évora, não posso deixar de reconhecer que apesar disso era talvez importante que nós por cá soubéssemos um pouco mais do que nos é dado a ler nas comunicações vindas de França ou pelo fac. Acho isto importante porque para a candidatura ser levada a bom porto não basta as instituições apoiarem é preciso que os eborenses também eles estejam com a candidatura, só com o apoio da população isto tem pernas para andar... Évora, como disse o vereador na sua comunicação tem sido desde sempre uma cidade de cultura, tem razão, o que fica por d...

café Portugal

  A fotografia apareceu-me aqui trazida pelo meu amigo Galo, Vitor de Sousa, tal como a muitos trouxe memorias inesquecíveis, umas boas outras más. Facto é que me devolveu os 14 anos, o tempo em que vivíamos mais no Café Portugal do que nas nossas casas. Um tempo onde o que importava não era o dinheiro que cada pai tinha, o estrato social a que pertencia, o partido politico que apoiava, o importante era o grupo. Se fosse hoje seriamos um arrastão. Passávamos horas ali a conversar...tanta coisa tínhamos a dizer. Íamos às mesmas festas, aos mesmos festivais, aos mesmos espectáculos, viajávamos juntos e íamos todos, os que tinham dinheiro e os que não tinham, os que gostavam e os que só iam porque os amigos iam. Uns eram mais próximos outros menos, mas o facto é que todos os dias, nos encontrávamos ali, naquele espaço que abrigava gente tão diferente e onde se aprendiam tantas coisas. Era um espaço de Liberdade, de igualdade, de tolerância, de partilha, de camaradagem, de solidaried...

A senhora fez-me uma festa

  a coisas que me ferem profundamente,mas as que mais me doem são as que magoam as crianças...Talvez porque as ame a todas, talvez porque ainda tenha as marcas das minhas próprias dores de infância...não sei, sei que me doem as suas magoas! Hoje enquanto esperava a minha vez na zona do peixe no supermercado, chegou uma senhora cigana com dois filhos pequenos, a menina era linda e como faço a todas as crianças fiz-lhe uma festa no rosto e disse-lhe "és linda", ainda não tinha terminado a frase e já ela se virava para a mãe e espantada disse bem alto "a senhora fez-me uma festa"! Não tive tempo para pensar, pois logo se virou para mim e repetiu "a senhora fez-me uma festa"! Ainda sem entender...respondi "sim , tu és linda" resposta rápida " mas ninguém me faz festas, eu sou cigana", fiquei com um nó na garganta e quando olhei para a mãe numa tentativa nem sei de quê, os seus olhos marejados ainda me colocaram em maior aperto...baixei-me e...

sai-me com cada um

  Uns dizem que tenho mau feitio, outros que tenho paciência de Jo...nem uma coisa nem outra acho eu... 5ª feira recebi um mail de um jovem a propor o seu projecto, respondi-lhe que tinha a programação fechada, que se quisesse se inscrevesse na próxima temporada e dei-lhe as datas para o fazer. Respondeu quase de imediato a dizer-me que o seu espectaculo era diferente que eu teria a ganhar se trocasse um dos projectos já agendados pelo dele. Respondi que não dava, que já estavam os grupos informados e que não o faria, mas que se inscrevesse na próxima temporada. A resposta que me mandou foi absolutamente incrível... Dizia então o mail o seguinte... Que eu estava a optar mal, que o seu projecto era algo muito à frente e que eu só não o escolhia devido à minha idade, por isso não o tinha percebido! Juro que me ri... respirei 3 vezes profundamente e respondi-lhe que "devido à minha idade há 30 anos quando deixei a radio, no tempo em que não havia internet, Cd's ou computadores já...

Os meus mortos

  Os meus mortos hoje não receberam flores, é a sina dos mortos dos ateus, mas foram lembrados, alias os ateus não tem dias para lembrar os seus mortos ( acho que os crentes também não) eles vivem nas nossas memorias, vivem dentro de nós não fora e vem quando querem em qualquer lugar. às vezes tenho inveja dos crentes, eles têm dias e lugares para falar com os seus mortos, sabem-nos bem junto do criador, à espera de voltarem, os meus invadem a minha vida quando bem lhes apetece, não estão com ninguém estão em mim, vem quando menos espero e nem sempre estão bem, estão como sempre estiveram em vida. A minha avó Josefa invade-me com as suas implicâncias de mulher enlouquecida durante 20 anos, tira-me os brinquedos, faz-me a cabeça em fanicos com o seu "blá,blá,blá" insistente, como fazia desde que acordava ate que se deitava. Por vezes ela vem ter comigo através das memorias que o meu pai me passou dela, passeia, vai para a rua, dança, mas também a revejo ao espelho nos dias tri...

Os macacos das ruas de evora

  A minha felicidade vem das memorias e das historias que já vivi... ontem em Arraiolos depois da actuçao dos Macacos estivemos a rever historias. Temos muitas... afinal temos esta parceria vai para 25 anos. Deixo-vos 3 delas. Duas, porque são prova do papel de resistência que a cultura tem tido ao longo dos anos. Outra porque ela desempenha um outro papel, o de intervenção social! Na década de 90, altura em que o norte do País foi povoado por centros culturais financiados pelo 2º quadro comunitário, fomos chamados para fazer dezenas de inaugurações. Uma delas um Centro Cultural, perto da Covilhã, com 400 lugares, numa aldeia que não tinha mais de 100 pessoas. La fomos. Chegados a organização estava em transe, o senhor 1º Ministro Dr. Cavaco Silva, ia estar presente. Ali logo resolveram hastear a bandeira à sua chegada. Um assessor muito aprumado veio-me dizer para tocarmos o hino ao hastear da bandeira e antes que lhe pudesse dizer, que o grupo não o sabia, virou-me as costa. Pe...

Evora e os ciganos

  Hoje vi um filme sobre Évora, nele apareciam varia imagens de ciganos a montar as suas barracas num mercado. Quando terminou e ia em direção ao carro escutei alguém dizer "tinham que colocar os ciganos?" Quem ia ao lado respondeu "eles também fazem parte da cidade?" Pois sim, mas poderiam não colocar o mercado e as barracas". a conversa deve ter continuado, mas eu ia buscar o carro e tive que mudar de rumo, por isso não sei o seu desfecho. Este dialogo levou-me a um tempo em que as casas desocupadas foram ocupadas por muitas famílias entre elas famílias ciganas. Na zona em que vivia, a rua de Avis, isso criou naquela época confusão, burburinho e ate alguns conflitos. Num desses dias conturbados, fui para casa assustada e com medo dos ciganos. Tinha escutado tanta coisa, assistido a tanta violência que estava convencida que os ciganos que se estavam a mudar para o meu Largo iam fazer-me mal, afinal eles só "roubavam, enganavam e por ai". Os meus pai...