O tempo passa
Só nos resta reflectir...é isto que queremos? Importa assim tanto o trabalho? O dinheiro? E no fim o que nos resta?
Sei exactamente do que fala, embora seja do tempo em que as mães estavam em casa, nao era o caso da minha. Na infância passava 12 horas por dia no colégio. Depois o 25 de Abril libertou-me e passei a estar 5 horas na escola e as restantes 7, 8 ou 9h sozinha isto,ou quando não me apetecia ia para a Fabrica onde os meus pais trabalhavam.
Na ansiá de fazer carreira, ganhar dinheiro, ter uma boa vida e dar-me tudo do bom e do melhor, os meus pais sempre trabalharam 14,15 e ate 16 h por dia, especialmente a minha mãe, dai o ter sido o meu pai que me levou ao teatro, ao futebol, ao cinema. Viamo-nos ao domingo quando era possível, nunca os dois já que o meu pai era arbitro e o domingo é dia de jogo, foi sempre assim..nada de ruim me aconteceu, tive sorte, tive muitos amigos, muita liberdade, fui feliz...já a minha mãe não teve tempo para ser mãe, hoje com quase 80 anos, doente e cansada pelo excesso de trabalho, chora muitas vezes por sentir essa falta...nao foi mãe, não foi avó e agora esta doente nao pode ser bisa...Conforto-a o melhor que consigo, mas não posso dizer-lhe que isso vai mudar, porque não vai, ela já não tem tempo, eu cresci, a minha filha cresceu e o tempo dela passou...Hoje ela sabe que a opção não compensou. Eu aprendi com o seu erro e não fiz igual...espero que a minha filha faça como eu, afinal o dinheiro que não ganhei, as coisas que não lhe comprei nao lhe fizeram falta nenhuma...Já tudo o que vivemos juntas nos fez e faz ainda hoje muito felizes!
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