Os Jardim da Palmeira

 A ´ conta de uma conversa que anda por aqui, vou contar-vos uma historia polémica, daquelas em que Évora é eximia .

Não consigo já dizer se foi no fim da década de 80 ou inicio da de 90, o certo é que a Quinta da Palmeira ficou a´ venda.
a Quinta sempre foi uma referencia na historia da cidade intra- muros, primeiro por pertencer a ´Ordem dos Cartuxos e depois porque quem a comprou fez dela uma das mais importantes no abastecimento de frescos da região e consequentemente num grande empregador.
O certo é que com a morte do patriarca ela ficou a ´venda .
Apareceram dois interessados, um famoso construtor civil da cidade que queria transforma -la numa zona habitacional para a classe média alta que se estava a mudar para trabalhar nos organismos públicos e na universidade.
E um grupo hoteleiro do norte que queria construir um hotel.
Esta não era uma cidade turística ainda , o turismo não estava na moda e por esse motivo haviam poucas camas, 3 hotéis para classe alta e meia dúzia de pensões de fama duvidosa , herdeiras dos antigos albergues da cidade e pouco mais.
Os donos não queriam saber a quem vendiam, os compradores cobriam a proposta um do outro e a polémica estourou. a câmara , que era quem licenciava um ou outro projecto, fez
varias reuniões sobre o tema , muitos foram os que discutiram a questão . Os donos dos hotéis pensões e dirigentes dos organismos públicos, faziam pressão para que fosse para a habitação. Os que viam no turismo um factor de desenvolvimento, relembro que Évora tinha recebido o galardão a `pouco de cidade património da humanidade, faziam pressão para que fosse o hotel. O povo estava dividido, como sempre!
O grupo hoteleiro fez chegar uma proposta que consistia , na criaçao do hotel, mas deixando a ´cidade os armazéns que ficavam na entrada da rua do Raimundo (hoje a ´ frente do estacionamento subterrâneo do Hotel), uma zona a ´frente para relvado, onde seria mantido o poço da quinta e na zona perto da rua de Serpa pinto, a zona do pomar para jardim. Comprometiam-se em criar o hotel de forma a dar acesso público ao jardim.
Corria também nessa altura uma polémica complicada e que se prendia com o facto de existir na câmara um “arquetonto” que transformou os jardins verdes e esplendorosos que eram a marca da cidade, em zonas de empedrado criando zonas cinzentas com umas árvores a contar a historia , opção a ´qual muita gente se tinha oposto e de onde sobressaia a voz discordante de Ribeiro Telles, agora desaparecido, que tinha criado o curso de arquitectura paisagista e que dava aulas na Universidade.
Nao sei se para parar esta outra polémica, para calar Ribeiro Telles, ou porque a câmara achou que era importante, o certo é que foi decidido dar luz verde ao hotel. Construçao que ainda esteve periclitante pois o ta l “arquitonto” só licenciava se se mantivesse o velho e irregular muro da quinta como “elemento de memoria “. O grupo hoteleiro nao queria pois tapava a visibilidade ao hotel e ficava feio, aquilo foi complexo, mas por fim la ´deixaram o murro que hoje, como bem sabemos é horrível e da ´um ar de degradação aquela mancha verde lindíssima.
assim nasceram os Jardins da Palmeira , que sempre frequentei e que sempre acedi quer pelo portão principal quer pela entrada do hotel sem qualquer problema, mas que sei que muita gente desconhece e outros acham ate que é o jardim do hotel.
Quanto a os armazéns da Palmeira, que tem um potencial imenso, la ´estão a degradar-se e podiam ser um espaço fantástico na área da cultura ( espaço que pedi por diversas vezes mas há ´sempre um problema )

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

alceu valença - 2025

Nao sei o que é desigualdade na 1ª pessoa...nunca soube! -2017

mas que fresca mondadeira -2023