O desemprego que provocamos

 O ser humano deixou de pensar nas consequências dos seus actos, talvez os homens da sociologia consigam explicar e datar este facto, eu não consigo, só sei que o fizemos.

Esta nossa mudança tem tido repercussões nas nossas vidas sobre as quais só depois pensamos, ou nem isso.
Na inicio da década de 90 quando se começou a massificar a utilização da Internet e os meios de pagamento rápidos, muitos eram os profissionais que insistiam para que os passasse-mos a utilizar. Os primeiros foram os das gasolineiras, depois os dos sistemas bancários e depois todos os outros!
Durante vários anos resisti na sua utilização chegando mesmo a explicar a esses funcionários o porquê da minha não adesão ao sistema sei, porque via no seu rosto, que achavam ser implicância minha. Ir ao banco levantar dinheiro, fazer uma transferência ou consultar o extracto no multibanco ou na net era tão mais simples, porque insistia eu em esperar e lhes dar trabalho? Nos postos de combustíveis passava-se o mesmo, porque esperava eu pelo funcionário para proceder ao abastecimento, criando uma fila, se bastava pegar na mangueira abastecer e ir pagar, pensavam?
Ao longo dos anos, a maioria foi fazendo cada vez mais estas tarefas sem utilizarem os profissionais da área, também ao longo dos anos, estes mesmos funcionários foram sendo despedidos pois não faziam falta e deixamos de criar filas de atendimento.
Fizemos o mesmo nos supermercados nas épocas de compras, primeiro os hipermercados colocavam poucos funcionários para nos embrulhar os presentes e nós na nossa pressa de ir, sabe-se lá para onde, fomos adquirindo o habito de embrulhar as nossas compras, de pedir o papel e fazer esse trabalho em casa, hoje nos hipermercados existem apenas mesas com rolos de papel para cortarmos e trazer para casa. Os funcionários que executavam essas tarefas foram para o desemprego.
E assim, com a nossa pressa e o não pensarmos nos nossos actos fizemos o jogo das multinacionais, menos funcionários, mais lucro!
Fizemos o jogo que eles levaram anos a planear e nós executamos, entalando-nos;
Eles estão a ganhar. Os lucros aumentam, nós deixamos de ser necessários o desemprego subiu drasticamente!
Sabia que era isto que iria acontecer, sabia que por parte dos empresários não eram medidas feitas com inocência, sabia que estava a pregar aos peixes quando explicava o porquê de não embarcar nesta, sabia que seria parte vencida. Sabia e sei que se continuarmos a não pensar nas consequências das coisas ainda ficaremos piores, mas sei também que perdi que existem poucos como eu!

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