Sem problema de consciência.

 Por ser filha única, o meu pai homem com um sentido de igualdade e equidade que não conheço em muitas outras pessoas, sempre me fez praticar acções que contrariassem o egoísmo natural e justo de quem em casa reinava sozinha. De tal forma o fez, que já na adolescência, a minha mae, mulher um tudo nada dada a essa coisa do "meu" lhe disse "estragaste a gaita, agora nada é dela nunca e passa a vida a pensar nos outros" e assim é. Nada é meu e nada quero a maior parte do tempo, mas há dias em que deixo essa veia que todo o ser humano tem correr solta e digo "que se lixe, sê egoísta hoje". Hoje fui, virei costas a tudo o que estava por fazer, peguei em mim e fui viver a Bienal, andei pela cidade a viva-la e a ama-la e dei comigo a pensar " a minha cidade é a melhor do mundo". Hoje não quis saber se aqui ao lado alguém acha o mesmo do seu lugar de nascimento! Hoje não me importou fazer dela o centro do mundo! Hoje esqueci tudo o que de menos bom ela possa ter! Hoje estive-me nas tintas para quem pagou o quê a quem, porque hoje não me interessava isso! Hoje só me interessava o prazer egoísta de viver a cidade atrás dos bonecos!

E sabem que mais, não tenho problema de consciência, porque hoje as gargalhadas inocentes e sinceras das crianças, adoçaram a minha vida!
Acho que amanha repito a dose e se tiver de sofrer de algo que seja de diabetes, por andar egoisticamente a adoçar o meu coração!

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