carta ao primeiro ministro (Pedro Passos Coelho)

 Carta ao Primeiro-ministro que não elegi mas que me caiu na sopa!

Desde o passado dia 19 que estou para lhe escrever, mas não tenho tido tempo. Tenho andado a trabalhar e a tentar melhorar a vida dos que ao meu redor ainda estão piores que eu, e estes são muito mais importantes do que você, por isso o deixei para o fim!

Escrevo-lhe para lhe dizer que não lhe admito que me agradeça por ter trabalhado no dia da greve!

Não lhe admito que me admire pois não o fiz por si mas pelas pessoas que trabalham comigo e ás quais tenho de pagar pois você colocou-os numa posição de tal forma frágil que não podem passar sem um dia de salário quanto mais correrem o risco ficar sem salário no final do mês!

Você e os seus antecessores, nos quais entra também o presidente, podem até dizer que os que trabalharam no dia da greve geral compreendem o estado do país e as medidas implementadas, mas sabem que estão a mentir!

Sabem que muitos dos que trabalharam não tinham outra hipótese.

Sabem porque o fizeram de propósito!

Aumentaram-nos os impostos, os pagamentos por conta e reduziram ao mínimo o que podemos deduzir, ao mesmo tempo que tiraram poder de compra aos nossos clientes afastando-os dos nossos estabelecimentos, piorando ainda mais as nossas dificuldades!

Por isso lhe digo, não lhe admito que me agradeça, pois não o fiz por si, mas por aqueles aos quais tenho de pagar pois trabalham ao meu lado apesar das condições serem cada vez mais adversar!

Fi-lo por consideração por aqueles que estão piores que eu e que sempre trabalharam, coisa que você não faz a menor ideia do que seja!

Fi-lo porque a isso fui obrigada, não para tentar reerguer o meu país que você e os seus antecessores delapidaram a mando de países aos quais não pertenço e com os quais nunca me quis misturar!

Não me agradeça Primeiro-ministro pois não fiz nada para lhe agradar, só agrado a quem gosto e conheço a si não o conheço de parte alguma!