festas de sto antonio largo dos estaços
Fez esta noite 42 anos, que participei na organização de um evento pela 1ª vez. Talvez tenha sido ali que a minha vida sem que eu percebe-se tenha tomado o rumo da cultura. a Évora daquele tempo tinha poucas actividades culturais populares, o 25 de abril tinha sido há pouco e tudo o que era popular nao era muito amado pelas gentes da cidade. Um mês antes, numa noite quente de Maio um grupo de miúdos juntou-se no jardim da Rua de Avis para conversar, como fazia habitualmente. E sem se perceber como, no final da noite tínhamos decidido fazer as Festas Populares de Stº António. a escolha do Largo dos Estaços foi óbvia, a maioria morava ali. Deste grupo faziam parte eu, a Vevinha, o Zé Silva, o Zé da Fonte, a Cita, o luis Filipe, o alvaro, o Zé Manuel, a Elsa, o Tó Mané, o Mija, o Nelinho, a Jú,a Toninha e o augusto. Com idades entre os 8 e os 16 anos, tudo nos pareceu simples. E foi. Durante um mês vivemos para colocar as festas de pé.Pedimos autorizações a camara, dinheiro aos comerciantes da zona e as empresas onde os nossos pais trabalhavam, fomos apanhar folhas de palmeira para enfeitar as portas, fizemos flores de papel, montamos um palco, fomos a` lenha para a fogueira, pedimos um contentor das obras para montar o bar, compramos bebidas ,contratamos o grupo para animar a noite, fizemos e espalhamos cartazes pela cidade e no dia 12 de Junho as 17h tínhamos tudo pronto. Estávamos felizes e contentes quando percebemos que nao tínhamos um sitio para vender as senhas do bar. a salvação veio da casa do Tó Mané, o pai escriturário, tinha uma secretaria que nos emprestou e que instalamos a sua porta. O inicio da festa estava marcada para as 9,30 da noite e ainda nao eram 9h ja´o Largo tinha sido invadido por um mundo de gente a perder de vista. Eu e a Vevinha estávamos rodeadas de gente para comprar senhas, sem sabermos para onde nos virar, os do bar estavam sem dar conta dos pedidos, no bazar o amontoado de gente era imenso. Vendo que aquilo poderia correr mal, os pais saíram em nosso auxilio e dividiram-se pelos espaços de trabalho...foi a nossa sorte. a noite foi extraordinária, vendi senhas durante horas sem ter tempo de ir sequer a casa de banho, mas fiz uma pausa, alias fizemos todos, para saltarmos a fogueira. Sim, porque fomos nós, aquele bando de miúdos sonhadores que a pares de maos dadas, inauguramos a fogueira de Stº António, instalada mesmo a saída da Rua de Avis. Depois...bom depois voltamos aos nossos postos porque a festa ainda corria solta e só viria a terminar de madrugada. Para nós, terminou eram 10 da manha de dia 13, ja´com tudo limpo e arrumado, essa foi a condição que os pais e vizinhos tinham colocado quando pedimos para fazer as festas.
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