Voa bela Margarida
Foste-me, fugiste-me por entre os dedos, porque o tempo, esse carrasco, não perdoa ninguem, leva-nos os amigos, os que nos tocaram, os que fazem parte das nossas vidas.
Mas deixas-me as memorias, as historias, os risos, as palavras ditas, declamadas, escritas, sobre ti, sobre nós, sobre a cidade e sobre o mundo.
Além dos livros, editados já eras madura, ficam-me centenas de poemas que me foste dando ao longo da vida, que guardo nas gavetas onde tenho o que me é mais precioso.
Sabia que um dia partirias, é a lei da vida, mas sei que partes contrariada, amavas a vida como poucos, por isso a saboreavas inteira, todos os dias, com ânsia, para que não te escapasse nem um pouco, nem um minuto. Por isso a registavas nos teus cadernos pretos, não deixando um único pedacinho por contar.
Amo ler as palavras que me mostram a tua aura, a tua força, a tua paixão. Amo ler as tuas magoas, as tuas desilusões mas tambem o teu amor por Évora, pelas suas esquinas, pelas suas pedras. Vou amar sempre ler-te, e por isso ficarás comigo, conosco sempre.
Porque não és mulher de partir para sempre, sempre foste mulher de partidas e chegadas e é isso que continuarás a fazer.
Vai bela e doce Margarida que por cá continuarei a lembrar-te, a escutar-te a declamar, como só tu o fazias, a ter-te e a ler-te! Porque a amizade essa é eterna.
Beijos querida Amiga ate logo!
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