O Natal da tampa de sanita
Quem me conhece sabe que não gosto do Natal, tenho as minhas razoes e não finjo só porque fica bem. Mas enquanto a minha filha foi pequena fiz desta época uma altura de festa, não queria influencia-la com o meu desagrado e passar-lhe este meu azedume pela festa cristão, então fui-lhe passando a festa do Solsticio, aquela festa ancestral apoderada pelos católicos e corrompida com presentes.
Nessa noite o Pai Natal era uma figura mítica que escondia os presentes pela casa, obrigando-nos a correr de lugar para lugar à sua procura. Cada um vestido de uma figura à sua vontade, desde a rena, ao duende, lá íamos descobrindo as prendas...uma de cada lista feita anteriormente...nunca mais que uma. E que prazer era vê-la receber a prenda sonhada. Um ano olhando para a lista dela vi um pouco atónita que pedia uma tampa de sanita para a sua casa de banho...uma tampa azul e que não fosse fria...só rindo mesmo. Foi o único ano em que lhe dei duas prendas, sim porque me pareceu que merecia mais que a tampa e a juntar a esta uma enorme caixa de filipinos (aqueles chocolates que só podia comer um por dia). Nesse dia chorou, a alegria de receber duas prendas deixou-nos comovidas especialmente porque achando que eram filipinos a mais distribuiu por todos os presentes ( ai uns 30) para que todos pudessem ter chocolates nessa noite.
Hoje ama esta altura do ano, eu consegui não a fazer herdar este meu desagrado, escolhe cada presente que dá com um amor e carinho enternecedor. E eu continuo a emocionar-me com a sua felicidade apesar de continuar a não ligar nada ao Natal.
Por isso a todos vocês desejo uma vida feliz e muitos sorrisos no rosto!
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