O sorteio do Juventude que dava minis morris
Como nao tenho muito trabalho, nestes últimos tempos tenho dado atenção aos meus pais, coisa que me era dificil anteriormente. Levo-os a resolver coisas, a dar passeios de carro para verem os lugares onde ja´nao passavam a algum tempo e também para eles verem pessoas, nem que seja pelo vidro, que aproximarem-se ja´é mais complicado. Nestes nossos passeios eles vao contando historias. Hoje recebi outra fantástica. Ha´muitos anos o juventude criou uns cartões que os sócios compravam e que ao fim do ano, pela lotaria dos reis dava direito ao sorteio de um automóvel. O meu pai era dos sócios que se voluntariava para vender esses cartões. a pessoa comprava o cartao e todos os meses pagava um valor, ate que no dia de reis com o cartao totalmente pago esse dava direito a entrar no sorteio. Os cartões que vendia, mesmo que um mês ou outro nao lhe pagassem ele pagava todos ao juventude. Uns pagavam-lhe mais tarde, outros nunca liquidaram as contas, mas todos eles iam a sorteio. Uma dessas vezes, um amigo comprou-lhe um cartao e foi pagando, porem devido a uma operação que correu mal esteve uns meses internado em Lisboa. Enquanto por la´esteve,cá o meu pai foi sempre pagando a parte dele ao juventude. ao regressar e confirmar com a secretaria que tinha as contas em dia, foi ter com o meu pai e la´lhe disse que nao tinha como pagar a divida atrasada, acordaram que ele pagaria dali para a frente e que um dia quando pudesse pagava o que faltava. Chegado ao dia de reis, fez-se o sorteio e a sorte bateu a´porta desse senhor, ganhou um mini novinho em folha. Sabendo que se nao fosse o meu pai ter continuado a pagar tal nunca tinha acontecido, foi tentar entregar-lhe o carro, afinal quem havia pago o cartao premiado tinha sido ele. Claro que nao aceitou, o cartao nao era dele, ele tinha um sem prémio, nao ia ficar com um carro que nao lhe pertencia. O amigo também nao estava contente com o ter um carro e ao mesmo tempo ter a divida do cartao, assim decidiu vender o carro, pagou ao meu pai o dinheiro em divida e ficou com o resto do dinheiro, isto depois de irem os dois jantar a Lisboa a um restaurante que na época estava na moda e para o qual nenhum deles teria dinheiro para pagar caso nao fosse o sorteio.
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