Fogo

 Estive perante o fogo 3 vezes, sei bem como reajo... quero fugir! Não me importa nada apenas quero sair dali e depressa!

a 1ª vez tinha 9 anos, Parque de Campismo da Praia Verde, uma botija de gás rebentou, as saídas dos carros ficaram congestionadas, a minha mãe queria guardar as coisas no carro, o meu pai foi com vários companheiros combater o fogo e eu queria era fugir...gritei com a minha mãe ate me esgoelar...queria porque queria sair daquele calor, daquela cinza que me caia em cima e deixar de ver as labaredas nas copas dos pinheiros...acabou tudo em bem!
A 2ª vez foi na quinta nos Canaviais, atrás o eucaliptal ardia o som ensurdecedor, o calor e a cinza dificultavam a respiração, o carro sem poder sair dali e o meu pai de novo a combater o fogo com os vizinhos ( deveria ter sido bombeiro), ele pedia-me que ligasse mangueiras umas às outras e as ligasse ao poço e eu a querer fugir...sim a única coisa que queria era fugir, voltou tudo a acabar em bem!
Na 3ª vez em frente à Dramática a frente do meu carro deu em arder, a labareda enorme e eu fugi...ali ninguém me obrigou a ficar, queria lá saber do carro ou da expulsão, fugir era o objectivo. A passar por ali ia o meu amigo Ze Russo José que destemido e de extintor em punho resolveu a coisa...acabou tudo bem mais uma vez! Mas dos sustos nunca me livrei!
O pânico nestas alturas é enorme e fugir é o que quero fazer sempre...por isso perante esta tragédia enorme o meu peito aperta-se e as lágrimas correm...deve ter sido horrível estar nestas aldeias, nestas estradas, nestes carros! E tudo porque existe uma falta de tratamento dos terrenos e porque existem muitos negócios no meio! Miséria de País!

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