Maratona de leitura
Hoje participei, não tanto quando gostaria, na maratona de leitura organizada pela Câmara Municipal de Évora. Já o fiz por diversas vezes, mas não consigo esquecer-me da primeira vez. Teria ai uns 16 anos, foi organizada uma maratona, por um professor que dava aulas no Instituto (ainda não era universidade), no Café Portugal. O café transformou-se nesse dia numa grande sala dedicada aos livros. Estudantes, professores, intelectuais, artistas, reformados todos com um livro escolhido e para apresentar, entre um café e uma cerveja. A meio da tarde aparece um leitor improvável, Carlos Caveira, um diller da época, um homem das drogas pesadas que frequentava o café e que todos conhecíamos, saiu do lugar que ocupava nas mesas do fundo com um livro na mão e propôs-se ler um excerto. Fizemos espaço para que ele se chegasse e para admiração geral o livro escolhido era "Não há drogados felizes". Com uma pedra monstra, uma voz arrastada lá foi lendo o que havia escolhido...no final como se não fosse nada com ele voltou para o lugar de sempre. O Carlos Caveira já morreu há muitos anos, mas eu lembro-me dele de cada vez que vejo o livro, que comprei logo de seguida e que é realmente muito bom!
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