Crimes hedionos
Este video apareceu aqui uma semana depois do meu pai me contar uma peripécia que a minha mãe havia feito. Desde pequena que vi a minha mãe ajudar amigas que eram maltratadas, vezes sem conta ela saia com o meu pai para ir buscar amigas que se tinham escondido dos maridos. Vezes sem conta a vi curar as feridas que estas transportavam consigo. Muitas vezes os vi ir a tribunal testemunhar contra maridos ou pais violentos. A violência domestica, sem estar na minha casa, sempre esteve perto de mim. Depois durante uns anos deixei de ouvir a minha mãe falar dela. Na semana passada voltou à baila. Há uns meses ela encontrou uma amiga de infância no posto de saúde e a senhora tinha um braço partido, consequência de uma sova que o marido lhe deu. Veio para casa indignada, afinal é gente com 80 anos já deveriam ter juízo. Uns tempos depois, na loja lá do bairro, encontrou o tal marido, de quem também na juventude tinha sido amiga e como ainda estava indignada, deu-lhe um raspanete e disse-lhe que se voltasse a bater na amiga ela ia lá com a muleta ( sim porque a minha mãe anda com uma muleta) e partia-lha em cima. Na semana passada encontro de novo a amiga no posto de saúde, que segundo o meu pai veio logo ter com ela, para lhe contar que o marido nunca mais lhe tinha batido e que cada vez que ele estava mais alterado ela resolvia dizer "olha que eu digo à Antónia". O meu pai contou aquilo fazendo uma gracinha na base de "se souberes de alguém assim ela vai lá com a muleta" eu fiquei um pouco em pânico porque, não só o homem poderia ter ido para casa e aquilo ter corrido mal, como também poderia ter batido na minha mãe, já ela estava tranquila e lá me disse "enquanto eu for viva e souber vou sim meter a colher, se ficar sem fazer nada a culpa também é minha, sempre o fiz não é porque sou velha que o deixo de fazer, era o que faltava"
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