Os Centros Comerciais para mim são um "Não Lugar". Não sou fã de cidades perfeitas, com temperatura perfeita, pavimento perfeito, estacionamento perfeito, com todas as lojas iguais umas às outras e onde se cruzam milhares de seres embonecados que participam na feira das vaidades, como se as suas vidas fossem também elas perfeitas! Não sendo por isso adepta de Centros comerciais (admito já que também já entrei em meia dúzia) pareceu-me que deveria assistir às reuniões à volta da construção do Centro Comercial às Portas de Avis. Estava quase certa da minha oposição a esta construção, mas pelo sim pelo não fui escutar o que tinham a dizer os autarcas, os comerciantes e os cidadãos desta cidade. Poderia ser que alguém me desse um argumento que fizesse mudar a minha opinião. 3 reuniões depois continuo a pensar o mesmo. Évora, não vai conseguir sobreviver a um Centro comercial às portas da cidade. Porque essa coisa de me dizerem que se irão fazer ligações entre o centro comercial e o centro histórico e com isso o dinamizar, não cola. Quem vai ao Centro Comercial vai passear, esgota ali as horas de passeio e terminada a visita pega no carro e vai embora, não vai depois à Praça do Giraldo. Esqueçam lá isso! Mas também, não pega a questão dos empregos que vai trazer para o concelho, também este argumento cai por terra, os centros comerciais tem emprego precário, com contratos mínimos e rodam as pessoas como se fosse um rodízio, sem horários, sem horas extras, sem direitos. Um tipo de emprego que não posso defender! A questão das lojas ancora, razão apontada por muitos para a construção do Centro Comercial, sendo a que melhor se aguenta, só o faz se der lucro. Para estas grandes cadeias o dinheiro é que manda, se um semestre for mau, fazem as malas e rumam para outro lado. Não tem ligações afectivas, nem se importam de deixar elefantes brancos para trás! Por isso também esta cai por terra! Por fim, a questão dos eborenses, esses que se existisse um referendo sobre o tema iriam em grande numero votar no Centro Comercial, por acharem que precisam dele para as suas compras, depois de construído continuariam a ir ao Montijo e a Almada, arranjando uma outra desculpa para não o fazerem na cidade, é uma questão cultural já velha e que dificilmente se resolve. É uma espécie de síndroma que afecta esta cidade em quase todas as áreas, bom mesmo é o que existe nas terras lá perto de Lisboa ou mesmo na capital. Por tudo isto e umas coisas mais, que deixarei para uma próxima altura, continuo convencida que um Centro Comercial, às portas de Avis, na Zona Industrial ou em qualquer outro lugar desta cidade é um erro grave, que nos sairá muito caro um dia mais tarde. O que posso fazer contra isso? Nada, mas aqui fica o registo de que não concordo! Só para terminar...nesta altura por toda a Europa se estão a fechar os Centros Comerciais e as lojas, as ancora e as outras, estão a regressar aos Centros das Cidades, talvez seja bom pensar um pouco nisto e deixar de pensar que o Centro Comercial é uma inevitabilidade, se calhar não é!
alceu valença - 2025
Fui ver Alceu Valença ontem ao CCB, o homem tem 78 anos, mas ninguem dirá. Continua com a mesma voz, a mesma loucura, o mesmo encanto de sempre. Cantou musicas recentes e os grandes sucessos da sua grande carreira. Esteve em palco perto de 2horas, é obra para quem já anda nesta vida há muitas décadas. A acompanha-lo a orquestra de Ouro Preto, e é dela que vos quero falar. Uma orquestra formada por músicos muito novos, mas de uma qualidade superior. A orquestra acompanhou Alceu, mas fez arranjos de musicas do cantor e interpretou-as dando-lhes uma beleza própria, única, que pôs em pé o CCB inteiro. Mas eles não são só grandes músicos, não é só uma grande orquestra é sobretudo uma orquestra de gente que vibra, que toca a cantar baixinho, que dança na cadeira ao interpretar as musicas, uma das violinistas, Jovana Trifunovic , quase se levantava para dançar, ih,ih,ih, é gente feliz que está ali em palco. Tao diferente das nossas orquestras, que estão em palco a interpretar as musica...
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