Quando pequena ia passar ferias ´há terra da minha mãe a Aldeia da Venda, no concelho de Alandroal, lembro-me de ser imensamente feliz por lá mas lembro-me também das miúdas da minha idade sonharem em vir para Évora, a cidade grande como lhe chamavam..eu gostava de lá e de cá e não via grande diferença na coisa. Depois crescemos e elas vieram realmente para cá. Mais tarde as suas filhas sonharam em ir para Lisboa a cidade cosmopolita. Eu gosto de Lisboa e gosto de cá também...Agora as filhas mais novas dessas mesmas primas querem ir para Londres, Paris ou outra grande Capital da Europa...eu também gosto destas cidades todas ...mas continuo a gostar da aldeia da minha mãe, aquele canto do Alentejo cheio de pedras onde o tempo corre muito devagar e onde o ar é mais leve. Gosto desta minha cidade já não tal calma mas onde ainda oiço as andorinhas pela manhã e onde as gentes ainda se cumprimentam. Mas há dias em que perder-me no meio da multidão numa Praça de Lisboa me dá um prazer enorme, um prazer quase tão grande como quando cruzo o hyde park em Londres ou quando me perco entre os quadros no Louve. Dou por mim a pensar, se elas querem sempre estar onde não estão, se elas gostam sempre do que não tem como podem apreciar o Hoje? Como podem ser feliz com o agora? Deve ser dificil viver sempre a querer mais e o que se não tem! Eu não gostaria!

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