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Mostrando postagens de abril, 2024

23 anos de ovibeja - 2015 ( 1992)

  Daqui a poucas horas volto à Ovibeja. Faz 23 anos que ali trabalho. O recinto, no inicio de terra batida foi-se transformando ao longo dos anos. A Feira foi aumentado, foi-se transformando. Ali já coloquei som para as porcas parirem, para os cavalos se exibirem, para leiloes, demonstrações cinotécnicas, concursos de todo o género, espectáculos e conferencias. São dias animados de trabalho, mas por mais cansativo que seja, eu gosto de ir à Ovibeja. Gosto dos rituais. Gosto de tomar café todos os dias logo de manha com o Carrapato. Gosto de almoçar com os jornalistas, que só encontro ali, gosto de rever o pessoal da organização, gosto de estar com os homens do Cante do Baixo Alentejo, que este ano mais uma vez lá estão todos, gosto de reencontrar as gentes do baixo Alentejo. Gente que no inicio me olhava de soslaio por ser de Évora, mas que ao longo dos anos ficou minha amiga. Gosto de trabalhar na Ovibeja e na cidade de Beja. Cidade onde comecei a trabalhar muito antes de ter trab...

o Cante na Ovibeja - 2015

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  Talvez tenham passado 20 anos, não sei ao certo, mas já foram muitos desde a primeira vez que o Cante foi marca de diferenciação na Ovibeja. Pela mão de José Luís Jones instalou-se o cantinho do Cante. Os homens do cante marcaram presença, cantaram ao despique, contaram historias, mostraram modas que já estavam em desuso. O homem do gravador, Jones, registava tudo, para depois editar em CD ou livro. Os olhos brilhantes e sorridentes a cada nova moda. E sempre a instigar a mais uma. Assim vivenciei pela primeira vez uma feira cheia daquele cante que ninguém ligava lá para os meus lados e que me cativava desde menina. Ele, o Jones, falou-me depois dos encontros de Cante de Aljustrel, da Festa da Senhora da Cola e do Cante ao Baldão, que desconhecia. E foi-me mostrando tudo o que tinha gravado. Muita entrevistas pelos campos fora, feitas a pastores e outros trabalhadores rurais que detinham esta riqueza imaterial. Essa, foi uma Ovibeja marcante para mim. Foi ali que comecei a trabal...

a extrema direita subiu em Portugal - 2019

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  O povo espanhol votou, deu a vitoria ao PSOE a extrema direita não ganhou e por aqui esta tudo contente...eu nao. Eles realmente nao ganharam, mas subiram muitíssimo e isso preocupa-me. Preocupa-me porque não acredito que todos os que votaram neles sejam extremistas, acredito que é gente que esta farta deste modelo e que votam por desespero, e o desespero nunca é bom conselheiro. Mas este desespero tem causas. A Europa perdeu o rumo e deixou escapar por entre as maos o projecto de uma Europa justa e igualitária. Desiludiu os eleitores europeus. Os partidos ditos democráticos espanhóis enredaram-se com gente que apenas esta a fazer pela vidinha e que se esta nas tintas para o país e para o povo. E o povo desiludido não acredita já em nenhum dos partidos antigos e vota nestes vendedores de falsas promessa. Isto nunca pode ser bom. Por cá também andamos distraídos, os políticos deixam que as negociatas minem a confiança dos eleitores. Deixam que a justiça só se aplique aos pobres ...

dança 2019

  Hoje foi dia da Dança dizem, sempre gostei de dançar. Em miúda queria ter ido para ballet mas a minha mãe nao deixou, nao queria uma artista em casa. Apanhei a era das discotecas e do rock na adolescência e por lá me distrai durante anos. Mais tarde voltei a pensar em dançar, mas já era mae e tive de escolher entre levar ás aulas o ser que estava em crescimento ou usar o tempo para mim...optei pela filha e voltei a dançar nas festas de amigos ou na minha sala. Há uns anos voltei a pensar na coisa e resolvi que era desta, comecei a busca de um professor que tivesse a mente arejada, que ensinasse vários estilos, pois não sou mulher de gavetas nem nesta coisa das artes, alguém que quisesse ensinar dança mas de forma leve, livre e que tivesse como base a felicidade do corpo e da mente. Uma busca que durou 2 anos...consegui. era tempo de encontrar um grupo que quisesse dançar tanto como eu, mas que tivesse como principal objectivo ser feliz a dançar. Mal começamos as aulas percebemos ...

nao! Dantes não era bom - 2021

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  Hoje por aqui, alguns amigos, daqueles que estão no lado oposto ao que eu estou, tem escrito que "dante é que era bom, que Portugal vivia bem, não tinha divida, as pessoas tinham respeito ao poder e aos donos do dinheiro, que a maioria nem sabia que vivia em ditadura, que tinham emprego e por ai vai... Pois é, eu ate acho que eles acham que tem razão, pois os seus pais eram os empregadores, não lhes faltava nada na mesa e a vida corria-lhes bem. Percebo-os. e perguntam vocês porque os percebo' Porque eu também sei a história que lhes contaram. A minha mãe era filha e neta de donos de terras, foi à escola, tinha roupa nova e nunca andou descalça. Bebia leite condensado que vinha de Espanha pois não gostava de leite de vaca, a irmã foi tratada em Paris em criança e vinham a Évora de Charrete. Os avós davam emprego a muita gente e ate eram "generosos", ajudavam as viúvas, pagavam funerais e ate emprestavam dinheiros em casos de doença. Se eu soubesse só esta parte da ...

Depois da Pandemia entramos em grande - abril 2021 Rogerio Charraz

  Sexta Feira reabrimos depois de meses com a sala em silencio. E posso dizer-vos que não entramos com o pé direito, entramos com todos os pés direitos e esquerdos de forma perfeita. Reabrimos com um dos melhores cantautores da actualidade, que veio apresentar o melhor álbum do ano passado e que veio acompanhado com um dos melhores letristas dos últimos anos. Poderia ser melhor? não. Mas mesmo assim foi...porque tivemos todos os lugares possíveis preenchidos, cheios de gente linda, que ama as artes e os artistas. Que nos proporcionou o burburinho da entrada e da saída que tanta falta já nos fazia, mas que durante a apresentação dos artistas fez o silencio que eles merecem, aplaudi-os de pé como merecem e levou para casa o álbum como eles merecem. Poderia ser melhor? Não! Mas foi. Foi porque o Joao Bacelar é um grande técnico de som, fez um trabalho incrível no pouco tempo que lhe demos e os técnicos de vídeo fizeram milagres ao colocar o espetáculo ao vivo com as condições que l...

48 anos de 25 de abril - 2022

  Hoje, 48 anos depois dos soldados terem colocado as Chaimites na rua em direcçao a Lisboa com o objectivo de derrubar o regime, é bom lembrar que quando se quer a Paz ela acontece. Se aquele grupo de homens em vez de colocarem cravos nas espingardas tivessem decidido andar aos tiros no Terreiro do Paço, a historia do 25 de Abril seria outra. Se no Tejo o homem da marinha que teve ordem para atirar contra a multidão, tivesse obedecido, a historia teria sido outra. Se o povo na rua em vez de dar beijos aos soldados tivesse atirado pedras, a historia teria sido outra. Hoje podemos dizer que somos um exemplo, e somos. Mas porque todos quisemos a Paz em vez da Guerra. Como podem ver é possível quando se quer! A guerra nao é uma inevitabilidade. Viva o 25 de Abril. Viva o Povo Português! Viva os Capitães de Abril! Viva Salgueiro Maia!

50 anos do 25 de abril - 2024

  A Revolução dos Cravos faz 50 anos. O Pais deve-lhe muito, eu devo-lhe uma vida diferente. Não sei qual seria se ela não tivesse existido, mas sei que seria muito diferente. Talvez tivesse ido para freira como a minha queria, para me proteger dos males do mundo ( só na cabeça dela) ou poderia no máximo dos máximos ter sido escrituraria em algum lugar. Sim, porque isto era o máximo a que aspiravam os filhos de operários, sair do seu estrato social era algo difícil, complexo. Ou poderia ter sido ainda mais difícil, visto que o meu pai e o meu tio Joaquim estavam na lista da PIDE e tinham bufos que lhes seguia os passos. O meu pai estava na lista por suspeita de ser comunista, e era. Mas as suas funções e conhecimentos sobre o partido eram reduzidas. sempre as quis reduzidas, sempre pediu para não saber quem era quem, ou onde se encontrava algum camarada, tinha muito medo de ser apanhado e sob tortura entregar alguém, só em pensar nisso ficava doente, sabia que se entregasse alguém ...

a raiva - 2020

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  estao a ver os cargos dirigentes das associações? tipo direcção, concelho fiscal e isso...obrigatórios nas associações e que pela lei nao podem ser remunerados? pois é, a malta da área das artes que é dirigente nao pode receber o apoio da segurança social... Problema? É que a malta nao descontou por isso, porque isso nao é remunerado, descontou pelo trabalho artístico que fez, na sua estrutura ou para outros. Pois é a malta trabalha na sua arte, tira do seu tempo de lazer para trabalhar de borla nestes orgaos sociais, e agora nao tem direito a apoio...o decreto que se aplica é o aplicado aos accionistas da EDP que recebem dividendos percebem? Esta gente nao percebe um boi da área que tutela e nao merecem a classe artística deste pais! Quando eu penso que isto nao pode descer mais, vem a realidade e mostra que Isto vai de mal a pior! Todas as reações: 18 Cassandra Querido, Noémia Maria Varela Matos e 16 outras pessoas 17 1 Partilhar