Historias da Gente

  Desde o liceu que aprendi a gostar de pesquisar sobre tudo o que não sabia. Passava dias na nossa Biblioteca, pedindo livros ao Filipe que, pacientemente me ia dando os livros solicitados e encontrando outros sobre o tema da altura. Depois fui para a radio, e para os programas temáticos que idealizava continuei as pesquisas na biblioteca alargando-as, devido aos temas, ao arquivo distrital. Eram trabalhos que me davam muito prazer, gostava daquela coisa de deambular entre livros e papeis, compondo a historia sobre o tema a abordar. Com a chegada da internet, a minha saída da radio e o aumento das minhas insônias, deixei os espaços físicos de pesquisas e passo horas por aqui a pesquisar cenas. Há uns meses deu-me para passar as minhas insônias na Torre do Tombo na procura das minhas raízes. Algumas coisas sobre o tema tinham-me chegado via histórias familiares, mas fui em busca dos papeis que documentassem ou não essas historias de família. Encontrei coisas muito interessantes, ...

  Ontem o coliseu encheu-se para o espetáculo de comemoração do I Encontro da Canção Portuguesa de 29 de Março de 1974. Eu não fui, foi muito triste mas quando me apercebi já estava esgotado, gostava muito de ter ido, muito mesmo, até porque ouvi os meus pais falarem sobre ele muitas vezes, foi dos poucos espetáculos a que foram juntos, normalmente o meu pai ia, mas a minha mãe, pouco dada às coisas da cultura e sempre dedicada à profissão não tinha tempo. Mas a este foram os dois. Quando combinaram ir, o mini estava estragado, tinha o deposito da agua roto, não podia andar muito sem o meu pai lhe coloca-se agua, sim naquele tempo era agua, mas eles não tinham dinheiro para mandar arranjar o carro e ele ia gerindo a falta de agua e fazendo a sua vida. Mas a viagem a Lisboa era grande, demorada era complicado. A minha mãe sugeriu pedirem um carro emprestado, não foi possível, o meu pai era homem que emprestava tudo, mas era-lhe muito difícil pedir emprestado, ainda mais para ir a...

  Há mais de 20 anos que bato na mesma tecla...enquanto não tivermos uma estratégica cultural conjunta, enquanto não fizermos uma programação concertada, enquanto não construirmos um plano de comunicação unico, enquanto não nos unirmos não conseguimos chegar a lado nenhum. Durante este 20 anos, foram muitos os que se riram, foram muitos os que me disseram que cada um tinha era de tratar da sua casa, foram muitos aqueles que nas costas disseram que eu não percebia nada disto. Foram muitos aqueles que ficaram farto da minha conversa! Uns por se acharem melhor que o vizinho e por isso não quererem trabalhar em conjunto, outros por acharem que com pés de lã conseguiam umas migalhas que não queriam dividir e outros apenas por soberba. Chegamos aqui...exactamente onde se previa. Não temos força, não temos peso, não temos importância! Não existimos! Évora foi chutada por Lisboa em todos os concursos da DGARTES! Dirão...mas a Companhia de dança e a Pedexumbo foram apoiadas...certo. A 1ª te...

  Ontem estive muito bem acompanhada, um luxo ter parceiras "guerreiras" que pregam mas arregaçam as mangas e dizem presente nas causas que defendemos! Obrigado pela vossa amizade e parceria! Agora, como disse a Ana Beatriz Cardoso no seu discurso, tomemos a cidade e deixemos a invisibilidade! Todas as reações: 87 Ana Paula Fitas, Margarida Almeida e 85 outras pessoas 13 Partilhar

  Ouvi falar do Muller há 3 anos. Estavam na mesa da esplanada ao lado da minha 3 miúdas da escola Andre de Resende que não tinham mais de 13 anos e falavam sobre estas festas. Fiquei estarrecida! O Muller, sao festas marcadas pelas redes sociais por miúdas e miudos que não se conhecem para beber, consumir drogas e fazer sexo. Dizia uma " esta noite f....com 5 e acordei com um que não conhecia de lado nenhum", enquanto a outra dizia " só me lembro do sexo oral que fiz a 5 o resto não me lembro" , já a 3 sorria pois tinha "f....com 2 miúdos e 2 miúdas". Aquilo sim tinha sido uma grande festa! No meio da conversa percebi que todas tinham tomado a pílula do dia seguinte o que me levou a constatar que o preservativo não era objecto usado nestas festas. Percebi também que se não existir festa marcada fazem isso nos banheiros das discotecas, dos bares ou mesmo da escola. Hoje saiu uma reportagem sobre isto e as declarações das miúdas sao tão ou mais aflitivas q...

  estes 3 moços que estao com a minha filha, sao 3 dos seus melhores amigos, foram seus colegas na Universidade. Sao médicos em Espanha, 2 deles já foram infectados, um já voltou ao trabalho e a outra ainda esta a lutar contra o vírus, o 3 esta a tentar levar como pode...estes sao alguns dos que ja desesperam em vários hospitais de Espanha porque nao conseguem ter maos a medir. ao Paco, a Elena e ao Diego, meninos que conheço e que amo desejo que tudo vos corra bem, estou a torcer por vocês, como sempre! a vocês ai desse lado, pela vossa saúde e a dos profissionais de saúde portugueses, fiquem nas vossas casas. É o pedido que vos faz uma mae! Todas as reações: 128 Carmen Almeida, Midus Chambel e 126 outras pessoas 22 2 Partilhar

  A pandemia veio colocar a nu as muitas debilidades do sector a que pertenço, debilidades já velhas, com barbas até. O desemprego, a fome e o pânico instalaram-se, por esta ou outra ordem. eu própria, mulher pouco dada a pânicos entrei nele nas primeiras 3 semanas. Fizemos muitas manifestações, juntamo-nos pela primeira vez, que me lembre. Não havia actores, músicos, dançarinos, técnicos ou outros profissionais, havia um sector sem presente e sem futuro. Reivindicamos, escrevemos, contestamos. E bem. Eu que sou mulher de fazer estas lutas, mas de escrever e enfrentar os que tem o poder nas mãos, escrevi durante a pandemia 3 cartas a Graça Fonseca, a ministra. Encontrei-me sozinha com ela, frente a frente na praça, levava um cartaz a dizer "sem trabalho, morremos à fome", respondeu-me "estou a trabalhar para nisso" devolvi um seco e magoado "não vejo nada" . E não via. Os meses passaram, os apoios foram sendo atribuídos, os concursos saindo, a maioria com...