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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

detesto ser efêmera

  Detesto ser efémera, queria ser como as tartarugas viver 300 anos. Tenho tanta gente para conhecer, tantas historias para viver, tantos lugares para visitar, tantos carinhos para partilhar. Mas como sei que estou só de passagem vivo a vida segundo o lema da felicidade .... Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Sou de uma geração de mulheres que já estudou em escolas mistas.

  Sou de uma geração de mulheres que já estudou em escolas mistas. Sou da geração das que já frequentavam o café e o cinema sozinhas. Sou da era das discotecas e não dos bailes. Sou da geração da amizade entre homens e mulheres. No meu grupo de amigos, eramos ai umas 12 mulheres e ai uns 20 e tal homens. Amigos de todas as horas, de muitas festas, de ferias nas praias da costa Alentejana, dos festivais jovens de norte a sul do País, das noitadas nas discotecas e dos espectaculos em Lisboa, Faro, Porto, Madrid e Barcelona. De espadelas para o norte de Africa e vistas rápidas a Amesterdão. Sempre em grupo, sempre juntos, homens e mulheres. Descobrimos juntos as novas tendências das artes, as novas teorias da sociologia, as novas descobertas cientificas, as novas linhas filosóficas. Discutimo-las no café, aplicamo-las nas vidas comuns das casas comunitárias que alugávamos, defendíamo-las com garra nas nossas famílias. Com tanta partilha, tanto crescimento e tanta ideia comum, foi nor...

As minhas pessoas

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  às minhas pessoas, as melhores do mundo. Que estão nas festas e nos tempos tristes, nas gargalhadas e me enxugam as lagrimas. às minhas pessoas, que nao são perfeitas mas são lindas, que são diferentes mas de um humanismo extremo, que me apontam os erros mas que me amam, apesar das minhas imperfeições! a todos vocês que eu amo, o meu muito obrigado por nunca me largarem a mão! algo de bom devo ter feito para vos merecer, para ter muitos e os melhores amigos do mundo! aqui fica a promessa, quando tudo isto passar a 1ª festa que fizer é em vossa homenagem, porque vocês Merecem! Todas as reações: 93 Beatriz Nobre Filipe, Carmen Almeida e 91 outras pessoas 39 Partilhar

Ovibeja 2020

  ao longo dos anos tenho tido varias parcerias, quer com instituições públicas quer privadas. Algumas são bem antigas, tão antigas que se baseiam na palavra, sem necessidade de contrato escrito, o acordado entre as partes é sempre cumprido e tem corrido bem. Quando a pandemia nos confinou, estava com um desses trabalhos agendados para dai a pouco tempo. Nas semanas seguintes, com as instituições a anularem trabalhos, com o que fui sabendo de colegas da área de que não iriam ser pagos, com os representantes do sector a lutarem para que se fizessem cumprir os contratos assinados. Aqui sentada no meu sofá, dei esse trabalho por anulado e não tendo contrato nem sequer liguei a confirmar o que quer que fosse. O trabalho caia, o dinheiro não vinha. Se as instituições estavam a fazer assim, era mais que obvio que uma empresa o fizesse. Dei o caso como encerrado. Pois não estava, no dia em que deveria ter dado como finalizado o trabalho, caiu na conta o pagamento do que não fiz. Ai liguei...

Matança do Porco

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  Participei em muitas na casa dos meus avós. Reconheço que o barulho do porco me incomodava, o que me fazia dizer "ai coitadinho, ai coitadinho" a minha avó brigava-se e dizia "não digas isso que demora mais" , sufocava então as palavras mas na cabeça continuava a dizer "ai coitadinho, ai coitadinho" Só ouvia, nunca vi, o meu pai não deixava, só depois de morto podia ver o porco. Depois participava no resto, desde o lavar das tripas, um suplicio feito numa ribeira próxima com a agua gelada de cortar as mãos, ao partir e temperar da carne com a indicação da minha avó, a especialista na coisa, nesse tempo os miúdos pegavam em facas desde muito cedo, e se se cortavam, fazia-se uma "boneca" no dedo e seguia-se viagem. Eram 2 fins de semana de encontro das familias e dos vizinhos, eram 4 dias de festa, normalmente em Janeiro, com um frio de arrepiar cabelo. No 2ª fim de semana, era tempo de encher a carne, o funil ( que guardei como lembrança) , ma...

os pretinhos de evora

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  partilho este post fabuloso da minha prima Carmen Almeida , não só porque o registo, sobre o que pensava Nicolau Clenardo da cidade e dos seus habitantes, é riquíssimo e interessante, como ela nos relembra, e bem, uma das melhores, mais impressionantes e cuidadas criações culturais de que tenho memória. Quem viveu, como eu "os Povos e as Artes" sempre terá na memória uma cidade inteira a viver um certame, este foi o Serão Quinhentista, mas existiram outros do género, todos eles criados por estruturas criativas da cidade , com a participação de muitos cidadãos, das escolas, dos idosos, de gente de todas as idades, de gente vinda de outras cidades, envolvendo todo o centro histórico. Talvez por ter vivenciado esses acontecimentos culturais, num tempo em que elas não eram moda, nem estavam na ordem do dia, e nos quais éramos os primeiros, hoje quando me tentam vender estas "ideias" como vanguardistas eu não assine em baixo. E também por isso afirmo muitas vezes, Évor...

Morna não

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  Ha uma frase da Bíblia que diz que deus " há-de vomitar os mornos". Porque eles não são nem quentes nem frios. Não o são na vida, nos amores, na cidadania. Penso nela sempre que alguém me diz " eu não me interesso por politica! Sendo que a politica é tudo o que nos rodeia, vejo-os sempre como gente que "não é nem quente nem fria" quando são católicos, vem me sempre `memoria que o deus deles, quando os chamar para aquela conversa de fim de linha, lá num canto da entrada do céus, lhes dirá "vou vomitar-te". Esta imagem que me vem, faz-me sempre sorrir. Hoje numa conversa com uma destas personagens, ao me ver sorrir, perguntou-me de que sorria, não lhe disse, achei que não ia gostar da ilustração do meu pensamento, e sendo "morno" provavelmente nem iria aprender nada com ela. aqui, a pensar nisso, fico contente, pois se há coisa que não sou é morna, o que me dá algum conforto, afinal, se eles tiverem razão e o deus deles existir, pode até env...

os meninos que não foram meninos

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  Quando adolescente estudei a história dos Estados Unidos da America, descobri nessa altura que a grande maioria dos candidatos compravam historias de vidas duras, difíceis e sofredoras para os seus antepassados, isso acontecia porque dava votos. Lembro-me que na época pensei que era exactamente o oposto do caso português, por cá o importante era nunca se saber que os nossos antepassados foram pobres ou passaram necessidades, isso não dava credibilidade. Mas também me lembro de ter percebido a sorte que tinha de ser filha de um homem que não escondia a sua origem. Foi talvez por estas descobertas que passei a contar a historia do meu pai. Ora quem me conhece e o conhece, muitas vezes pode achar que as historias estão empoladas, que a sua miséria e a sua vida é por mim contada de forma romanceada, eu percebo se assim pensarem, se o conhecesse hoje e ele não fosse meu pai talvez também o pensa-se. É por isso que já tenho falado de uma fotografia dele e do irmão quando crianças a vá...