Os nossos amigos enganaram-nos
Sou de uma geração de mulheres que já estudou em escolas mistas. Sou da geração das que já frequentavam o café e o cinema sozinhas. Sou da era das discotecas e não dos bailes. Sou da geração da amizade entre homens e mulheres. No meu grupo de amigos, eramos ai umas 12 mulheres e ai uns 20 e tal homens. Amigos de todas as horas, de muitas festas, de ferias nas praias da costa Alentejana, dos festivais jovens de norte a sul do País, das noitadas nas discotecas e dos espectaculos em Lisboa, Faro, Porto, Madrid e Barcelona. De espadelas para o norte de Africa e vistas rápidas a Amesterdão. Sempre em grupo, sempre juntos, homens e mulheres. Descobrimos juntos as novas tendências das artes, as novas teorias da sociologia, as novas descobertas cientificas, as novas linhas filosóficas. Discutimo-las no café, aplicamo-las nas vidas comuns das casas comunitárias que alugávamos, defendíamo-las com garra nas nossas famílias. Com tanta partilha, tanto crescimento e tanta ideia comum, foi nor...