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Mostrando postagens de novembro, 2020

Centro de cultura

  As coisas são como são e faz-se o que se pode. Eu quero sempre crer que quando as pessoas pensam nas coisas querem coloca-las em praticas, às vezes não dependem delas e não conseguem, depois, estas ficam como historias...Depois de ler um post que me passou pela frente lembrei-,me de novo de uma historia que ja contei a alguns e que tem a ver com isto mesmo. Tinha 16 anos e o vereador da cultura da altura foi ao Liceu dizer aos estudantes que iriam construir um centro cultural junto ao cemitério. Ficamos contentes pois então. Os anos passaram e tinha a minha filha 16 anos um outro vereador disse-me numa reunião que iria avançar o centro cultural junto ao cemitério. Nesse dia contei-lhe o inicio desta historia e pedi-lhe que voltássemos a falar no dia da inauguração. Como não se concretizou, nunca mais falamos do Centro Cultural paredes meias com o cemitério. Sei que nunca Évora conseguiu apoio comunitário para avançar com esta ideia. Sei que tanto um como outro vereador falaram ...

1º Dezembro

  É hora de sair do Café Portugal à pressa, o tempo passa rápido e há que tomar banho e preparar as coisas para o 1º de Dezembro, a noite será longa. O bolo de anos da Mariazinha já esta, alguém marcou o jantar num qualquer restaurante onde aja lugar para 30 . Há que despachar, quem chegar tarde passa por baixo da mesa ninguém espera, não há tempo, os adolescentes e a sua gula...do outro lado da cidade o Manel Piçarra já preparou a casinha por detrás da Sosucata é lá que vamos passar a noite e dali subiremos ao Alto de S. Bento para ver o Sol nascer. O frio estará de lascar, mas a subida vai aquecer os corpos que a bebida não aqueceu durante a noite. Mas antes do inicio da festa a peregrinação costumeira...passar no Baile do Liceu. A resposta será a de sempre " não podem entrar sem ser com traje de gala" pois não há saia e casaco, muito menos salto alto e gravata, somos os contestatários, ainda discutimos um pouco só por prazer, não queríamos mesmo entrar, faz parte do ch...

Cante a patrimonio

  Estávamos em 1976, 2º ano do ciclo em Santa Clara, numa aula de Português, a professora uma mulher vinda do norte, quis saber quais os estilos musicais de que gostávamos. Chegado à minha vez respondi o Cante Alentejano, ainda hoje me lembro da gargalhada geral dos meus colegas. Porquê, quis saber! Porque gosto do coro de vozes e dos silêncios. Nova gargalhada! Estávamos no tempo do pop e do rock, eramos miúdos, foi normal para os meus colegas, foi embaraçador para mim. Durante anos mantive esse meu gosto escondido em casa não o partilhei com ninguém. Anos mais tarde quando enveredei pelo mundo da radio, comecei a passar de quando em vez os grupos de cante e aos poucos foram surgindo pedidos desta ou aquela moda. A gargalhada do tempo de escola foi-se esbatendo e o meu embaraço diminuindo. De tal forma que sem saber como comecei a promover o Cante, não só na radio como nas propostas de espectaculos que levávamos a norte. Também nesta área, no inicio foi difícil, "os agarradinhos...

carta ao primeiro ministro (Pedro Passos Coelho)

  Carta ao Primeiro-ministro que não elegi mas que me caiu na sopa! Desde o passado dia 19 que estou para lhe escrever, mas não tenho tido tempo. Tenho andado a trabalhar e a tentar melhorar a vida dos que ao meu redor ainda estão piores que eu, e estes são muito mais importantes do que você, por isso o deixei para o fim! Escrevo-lhe para lhe dizer que não lhe admito que me agradeça por ter trabalhado no dia da greve! Não lhe admito que me admire pois não o fiz por si mas pelas pessoas que trabalham comigo e ás quais tenho de pagar pois você colocou-os numa posição de tal forma frágil que não podem passar sem um dia de salário quanto mais correrem o risco ficar sem salário no final do mês! Você e os seus antecessores, nos quais entra também o presidente, podem até dizer que os que trabalharam no dia da greve geral compreendem o estado do país e as medidas implementadas, mas sabem que estão a mentir! Sabem que muitos dos que trabalharam não tinham outra hipótese. Sabem porque o fize...

Praças de Jorna

  No tempo da miséria o meu avô esteve nas Praças de Jornas, segundo o meu pai era a coisa mais humilhante que poderia acontecer a um homem. Ir para ali de madrugada, com frio, chuva ou ao calor, ficar exposto horas a fio à espera de ser escolhido para trabalhar nesse dia. Os donos das terras ou os feitores chegavam horas depois. Com o seu ar emproado, olhavam como quem olha gado, andavam à volta, faziam uma ou outra pergunta, uma ou outra consideração e por vezes uma ou outra humilhação. E os homens ali estavam de chapéu na mão, olhos no chão,a maior parte sem poder responder. Diz o meu pai que havia quem não se contivesse e de vez enquanto lá levavam uma chibatada. Depois escolhiam os que queriam e os que sobravam, tinham passado horas a ser humilhados para voltar para casa de mãos vazias e sem ter como alimentar os filhos. No final da década de 30, num inverno que não deu trégua, aqui na zona muitos foram os que passaram meses sem ser escolhidos, homens a mais, trabalho a menos ...

Dgartes, suas anedotas

  Digam-me lá se este país não esta a saque...Todos sabemos que quando se concorre a um concurso publico a falta de documentos em conformidade faz com que a candidatura não seja aceite. Pelo menos é o que diz a lei, mas segundo a DGARTES não é assim. Das 48 candidaturas que analisei, documento a documentos, em nenhuma das candidaturas apoiadas a documentação cumpre a lei ou os regulamentos. Em audiência de interessados expus exactamente todas estas faltas grosseiras que davam direito a anulação das candidaturas...não justifiquei a minha propria candidatura pois sei que o que já estava decidido assim continuará, ando cá há anos demais para ser ingénua e como sempre me governei sem subsídios há trabalhos a que não me dou... Pois então recebi hoje a resposta e segundo parece para aquela instituição do estado português os documentos não cumprirem os regulamentos não interessa nada ..." a situação de documentos desconformes consubstancia-se ou reflecte-se no caso concreto na avaliaçã...