ha muitos anos, quando a minha mae era dirigente do Fomento, numa altura de negociação de salários, ficou acordado ente a entidade patronal e o sindicato das confeiteiras, um aumento de 5 escudos para os operários e 10 escudos para os dirigentes. Vendo essas diferenças, pediu uma reuniao com a entidade patronal, onde expôs o seu descontentamento. Segundo ela, e bem parece-me a mim, os operários que era quem recebia menos, ficavam prejudicados e era portanto melhor fazer-se de forma diferente e aumentar todos o mesmo, ficando estes mesmos assim a receber menos. a patroa argumentou com o seguinte " Antónia quem ganha mais esta habituado a um nível de vida superior, por isso tem que ter um aumento maior, para andar satisfeito e produzir bem. Quem ganha menos ja esta habituado e ate fica contente com os 5 escudos de aumento". Nao a convenceu, como nao estava satisfeita mas nao podia aumentar as operarias, resolveu usar outra táctica. E nos meses seguintes nao pediu a ninguém par...
Postagens
Mostrando postagens de julho, 2020
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Hoje na esplanada onde fui encontrei uma das meninas que viviam no convento, ela não me reconheceu, mas eu sim. Há caras e historias que nunca esqueço. A Joaquina era filha de uma mulher muito pobre que vivia para os lados do bairro da câmara e estava no convento devido à pobreza, assim como muitas outras. Mas havia uma diferença entre ela e as outras...todos os dias de manha, antes das 7h a mãe batia desalmadamente à porta do convento para ir ver a filha. Eu como não dormi a lá entrava por volta dessa hora, tinha que ficar no átrio sentada no banco à espera que todas se levantassem e só podia subir na hora da missa, dada às 7.15h. Por isso durante anos assisti à mesma cena. A mãe batia violentamente na porta, a freira porteira descia a praguejar as escadarias, retirava do bolso do habito uma chave enorme e ao abrir a porta começava a discutir com a Maria Maluca, como era conhecida. Mas ela não desarmava queria ver e beijar a filha e lá conseguia que a fizessem descer. Depois das festa...