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Mostrando postagens de outubro, 2024

trabalhar faz calos - 2013

  Hoje tomei café numa das esplanadas do largo da câmara. Atrás de mim um grupo de jovens ai de 30 e poucos anos. Diziam então que tinham que ir mostrar serviço, que os vereadores tinham vindo com a ideia do trabalho e que iriam ser 4 anos de evangelização! (palavras deles) Um deles retorquiu, "não te chateeis também la há comunistas que não fazem nada e eles nadas lhes dizem não vão dizer-nos a nós! Conversa terminada e lá os fiquei a ver entrar na Câmara, iam ser evangelizados! Ora, minutos antes tinha encontrado um dos vereadores que me tinha dito que tem muito trabalho a fazer que é necessário empenho e esforço! Daqui lhe reafirmo o que disse ao vivo Sr. Vereador: Bom trabalho e muita sorte. Pois vai precisar. Com equipas destas (evangelizados e por evangelizar) vai ser difícil a batalha! Mas eu, não sendo mulher de fé, tenho esperança que os mudem! Podem não os evangelizar, mas a trabalhar podem ensina-los!

memorias dos macacos - 2014 ( passado)

  A minha felicidade vem das memorias e das historias que já vivi... ontem em Arraiolos depois da actuçao dos Macacos estivemos a rever historias. Temos muitas... afinal temos esta parceria vai para 25 anos. Deixo-vos 3 delas. Duas, porque são prova do papel de resistência que a cultura tem tido ao longo dos anos. Outra porque ela desempenha um outro papel, o de intervenção social! Na década de 90, altura em que o norte do País foi povoado por centros culturais financiados pelo 2º quadro comunitário, fomos chamados para fazer dezenas de inaugurações. Uma delas um Centro Cultural, perto da Covilhã, com 400 lugares, numa aldeia que não tinha mais de 100 pessoas. La fomos. Chegados a organização estava em transe, o senhor 1º Ministro Dr. Cavaco Silva, ia estar presente. Ali logo resolveram hastear a bandeira à sua chegada. Um assessor muito aprumado veio-me dizer para tocarmos o hino ao hastear da bandeira e antes que lhe pudesse dizer, que o grupo não o sabia, virou-me as costa. Pe...

as tendas devolvidas - 2017

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  A historia de Tancos fez-me lembrar uma historia da adolescência... Numas ferias, não consigo já precisar quais, juntamos-nos e decidimos ir acampar. Colocamos as tendas todas na garagem de um amigo, nessa noite para azar assaltaram a garagem, levaram as tendas todas...desolados fomos ter com o Abóbora ao Café Portugal e dissemos-lhe que tínhamos sido roubados e que isso era uma chatice pois assim nada de ferias. Ficou de ver o que tinha acontecido entre os "bandidos" . Nessa mesma noite alguém foi ldevolver as nossas tendas à tal garagem e ainda deixou de bonos umas duas ou três suplentes...segundo o Abóbora pela chatice de nos ter atrasado a partida! Tancos veio provar que muitos anos depois ainda há amigos, com amigos bandidos, que se preocupam com os aborrecimentos causados! É bonito, afinal a tradição ainda é o que era! Todas as reações: 53 Maria Josefina Palma, Maria Barradas e a 51 outras pessoas 11 1 Partilhar

não há marchas do clima que nos salvem - 2019

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  O ministro do Ambiente diz que não há falta de agua no Tejo. O ex- Ministro da Agricultura autorizou a produção de plantações intensivas que consomem um disparate de aguá, ao ar ninguém respeita e as industrias poluentes nascem todos os dias como cogumelos, um dia vão ter que explicar estas opções....não há marchas do clima que nos protejam do capitalismo desenfreado! Todas as reações: 43 José Eliseu Pinto, Teresa Meira e a 41 outras pessoas 7 4 Partilhar

os ciganos - 2020

  Hoje vi um filme sobre Évora, nele apareciam varia imagens de ciganos a montar as suas barracas num mercado. Quando terminou e ia em direção ao carro escutei alguém dizer "tinham que colocar os ciganos?" Quem ia ao lado respondeu "eles também fazem parte da cidade?" Pois sim, mas poderiam não colocar o mercado e as barracas". a conversa deve ter continuado, mas eu ia buscar o carro e tive que mudar de rumo, por isso não sei o seu desfecho. Este dialogo levou-me a um tempo em que as casas desocupadas foram ocupadas por muitas famílias entre elas famílias ciganas. Na zona em que vivia, a rua de Avis, isso criou naquela época confusão, burburinho e ate alguns conflitos. Num desses dias conturbados, fui para casa assustada e com medo dos ciganos. Tinha escutado tanta coisa, assistido a tanta violência que estava convencida que os ciganos que se estavam a mudar para o meu Largo iam fazer-me mal, afinal eles só "roubavam, enganavam e por ai". Os meus pai...

as tradições da minha avó - 2023

  vou falar-vos da minha avó Zulmira. Uma mulher que sabia muito mais do que dizia, que nunca bateu de frente com ninguem, mas que fazia quase sempre o que achava ser o certo ou o melhor. Sabia viver a minha avó Zulmira, coisa que sempre me disse que eu não sabia e tinha razão. Tinha uns hábitos estranhos para os costumes aqui do burgo, mas como era simpática com todos e ajudava toda a gente, nunca ninguem se meteu com essas suas "manias", exceto a própria família especialmente o meu avô António, seu marido e o seu oposto. Mas adiante. Nesta noite, por aqui, celebrava-se o "pão por deus" e a rapaziada andava de casa em casa a pedir comida ou doces e a entoar canções tradicionais da época. Mas na casa da minha avó não. Nesta noite celebravam-se os mortos, as culturas e a Lua. Mal escurecia, já jantada, enquanto o meu avô ao lume de chão fumava o cigarro que enrolava ao mesmo tempo que lhe chamava maluca, a minha avó, vestia-se de roxo, e a mim também, colocava-no...

a troika fez milhares de pobres - 2013

  Hoje deparei-me com mais uma das faces da pobreza dos nossos dias...Um pai de família com um saco de compras à porta do hipermercado (como nas campanhas nacionais) para que lhe déssemos bens alimentares para levar para casa! Foi a forma que encontrou de se alimentar e ao agregado familiar, agora que o período do Subsidio acabou. Sem emprego, sem apoio como se pode sobreviver? O que vai acontecer a este povo agora que os dois anos e tal de crise começam a mostrar a pobreza nas ruas! Todos os meus problemas ficaram menores, e não são pequenos!

Acredito na resistência pacifica! - 2015

  Acredito na resistência pacifica! Nunca consegui cumprir ordens com as quais discordo na essência, isso tem dificultado a minha vida, mas tem-me dado muito prazer! A semana passada estive a trabalhar numa câmara que esta sob o PAEL. Um acordo feito entre o estado e os municípios que tem dificuldades financeiras. Este acordo tem muitas clausulas, entre as quais as de impossibilitarem o apoio aos agentes, as artes, desporto e área social (no que não for fundamental). Também as impossibilita de adquirir alguns serviços e de fazer contratações.Resumindo, este empréstimo que o estado fez às câmaras que necessitavam, proibias de cumprir alguns dos papeis para os quais foram criadas e que estão consagradas na constituição! As Câmaras podem ser contra, mas cumprirem este acordo, ou resistirem esta nas suas mãos! A câmara da qual falo resolveu resistir e sem deixar de cumprir as regras do PAEL, fez um concurso para os agentes do concelho (culturais, desportivos e sociais). Este concurso d...

a Agua do Alqueva - 2017

  Esta noite em Lisboa há gente a esfregar as mãos de contente...Não há nada que agrade mais aos políticos do que a divisão entre as pessoas...alias eles dividem para reinar! Ora uma região que é a maior do País, que é das que tem aumentado mais as exportações, que tem 5 dos principais produtos do PIB nacional, que tem tido um dos maiores aumentos no turismo, se estiver unida, mesmo com pouca população seria um problema...mas não somos... Não somos porque somos burros e estamos ainda na luta de capelinhas, Beja contra Évora, os dois contra Portalegre! Porque me dou com gente que pensa no Alentejo como região não esperava ouvir pessoas que tem a obrigação de ser atentas, esclarecidas e cultas, fazer a apologia da guerra contra Évora para reivindicar um comboio, uma autoestrada e um aeroporto a funcionar para Beja, reivindicações que eu como eborense assino em baixo! Prestou o humorista de Beja, com a sua raiva contra Évora, um péssimo trabalho para o baixo Alentejo e para todos os ...

o cante nas grandes salas - 2019

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  O BBVA encheu-se para escutar o Cante. Esta imagem aquece o meu coração. Quando há 30 anos comecei a trabalhar com as gentes do baixo Alentejo e a aprender o que era esta coisa do cante, quando conheci Pedro Mestre, tinha ele 14 anos, quando escutei pela primera vez a campaniça, nunca nos meus sonhos mais positivos pensei ver esta gente toda de pé para homenagear o Cante e o pequeno tocador da viola campaniça. Foi um trabalho de décadas, foi a dedicação de muitos, foi a perseverança e o amor a esra forma de cantar que nos marca que conseguiu este feito. Foi Pedro Mestre com os seus ilustres convidados que estiveram em palco, mas os parabéns sao para um povo inteiro. Um povo esquecido por Lisboa, um povo que se agarrou à sua cultura, ignorada e mal tratada pelas elites locais, regionais e nacionais, um povo que nunca se vendeu às culturas da moda, que batalhou em grupo, que se juntou e fez com que os homens dos poderes tivessem que olhar para a sua forma de cantar e tocar. É este ...