Ao Fausto, timoneiro deste meu (nosso) Rio Acima, o meu muito, muito, muito obrigado!
não busco a perfeição, não a espero de ninguem.
embarquei ontem, Por Este Rio Acima, 40 anos de um rio que me comove, emociona e alimenta a alma.
o barco que ia de saída e me transportou ia cheio de remadores (músicos, vozes) perfeitos, uns mais novos, outros mais velhos. uns a quem o Rio transporta há muito, outros que embarcaram nele há pouco, mas todos cheios de amor por esse RIO.
o timoneiro, estava debilitado dizem. quem não está ao fim de tantos anos a navegar e a retirar perolas dos mares navegados?
o timoneiro, já não lança as redes vocais que lançou outrora, quando percorreu o rio, uma e outra vez, encantando ele as sereias desta terra ardente.
o timoneiro, já não percorre o rio a direito, faz umas curvas para o domar, umas consegue outras não, atacando ao lado, tentado continuar a história do viajante.
o timoneiro, perde-se cansado nas palavras, mas quem não se perderia se tivesse tantas palavras por minuto a bailar á sua volta, entra no beco sem saída, mas sai, porque para lá dele estão as cordilheiras, nelas os companheiros da viagem, estão lá, posso vê-los para o que der e vier, de sorriso no rosto, emocionados, apaixonados para o salvar.
o timoneiro, conta a história, a mesma que contou há 40 anos, a que todos tínhamos na ponta da língua, mudaram os tons, mudaram os sons, porque tal como nós o timoneiro já está alem da cordilheira.
Mas que importa tudo isto? Nada, quando o Timoneiro continua a despertar os alquimistas, quando coloca a preto e branco todas as operas que nos cantou.
Ontem, Por Este Rio acima, fui, tal como multidão de companheiros, que emocionada tal como eu, deu as mãos ao Timoneiro, indo numa busca, não das montanhas azuis, mas de cada um de nós e de todos.
Ali, numa Aula Magna de gente de todas as idades, onde os cabelos brancos se cruzaram com os negros cabelos de início de viagem, ao lado do Timoneiro, acompanhado pelos seus companheiros de viagem, Lloramos, Amigos, Lloramos e navegamos nas emoções, sentimentos e amores, que só um grande Timoneiro, com uma obra perfeita nos pode dar de presente. E que presente!
E ele deu-nos tanto, tanto ao longo dos tempos, que se torna insignificante, irrelevante se esteve ou não perfeito, se acertou ou não nos tons, se entrou ou não nos tempos!
Ao Fausto, timoneiro deste meu (nosso) Rio Acima, o meu muito, muito, muito obrigado!
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