Barrete de Natal

 acho ha muito, posso estar profundamente enganada, que nós passamos mais facilmente aos outros os nossos medos, receios e memorias ruins do que as boas. as boas, por serem prazerosas vamos passando mas como estão la´ sem causar magoas parece que estão menos presentes, vão-se vivendo. Por ter essa sensação, desde sempre que tento que aquilo de que não gosto por ter ma 'memoria tento não passar, tento que o outro não perceba que não gosto, afinal ninguém tem culpa das minhas dores. Há duas alturas do ano em que fiz sempre isso enquanto a minha filha era pequena. O carnaval e o natal. Eu não sou muito destas festas, tenho delas vivencias não muito positivas, tenho os meus motivos, mas achei sempre que a criança que me calhou não tinha que sentir isso e por esse motivo sempre fiz destas datas motivo de "alguma festa", não muito que isso já não era capaz mas o suficiente para ela decidir se iria ou não gostar. acho mesmo que errei na dose, pois a moça é muito fã quer duma quer doutra. Mas no natal vira de novo uma criança. Começa cedo a viver a coisa, perde-se na escolha da prenda certa para cada pessoa de que gosta (e gosta de bués), no que veste, nas comidas a servir, nas palhaçadas a fazer e para quem as fazer, na escolha dos jogos para a noite e na escolha dos filmes do dia seguinte. É realmente uma vivencia em pleno. Claro que em todo esse processo tem na Midus uma compincha para os festejos, uma amante de natal convicta. E eu, uns anos com mais esforço outros com menos la´ entro no jogo do Natal.

Este ano, por ser atípico, fazendo com que de 40 para o natal fossemos 7, esforcei-me ainda mais para fazer do natal delas e do do 2º Natal do meu neto uma festa menos dura.
Pensei ao detalhe todas as comidas, as decorações e a palhaçada da meia noite com a chegada do pai Natal. E ate correu bem para quem gosta pouco da coisa. O pai Natal foi ao quintal, fazer adeus ao puto, ele subiu a´ varanda para ver se ele tinha deixado as prendas e descobriu que, na presa tinha perdido o barrete...esse é que foi um problema, como é que o pai natal ia continuar sem barrete, os outros meninos não iam ter, eles não o conhecem sem barrete, um problema que ocupou quase o resto da noite e que só ficou minimizado porque me comprometi a meter o barrete numa caixa e enviar pelo correio ao pai natal, para a terra dele. Ora anda uma família a escolher as prendas com tanto cuidado, a preparar a entrada triunfal do pai natal, passa um frio de rachar e o raio de um barrete deixado na varanda ganha o papel principal da noite e ainda se torna na historia da noite...Maldita ideia de largar o barrete na varanda, espero que para o ano possa passar com os que faltaram, sempre me tenho que esforçar menos, pois é muita gente festeira no mesmo espaço.

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